domingo, 20 de junho de 2010

Eleições 2010 serão decididas pelas mídias sociais virtuais

“Interrompemos nossa programação para a transmissão do Horário Eleitoral Gratuito na Web”. Já se foi o tempo em que aquela sujeira de panfletos, muros pintados e showmícios de campanhas eram os fatores mais decisivos em um processo eleitoral. Se antes, a disputa era pela melhor banda de pagode ou dupla sertaneja; ou pelos muros mais bem posicionados ou os mais eficientes cabos eleitorais na periferia, a disputa agora é extremamente midiática. Ao lado da TV, mídia de massa consolidada e presente em mais de 90% dos lares brasileiros, a Internet será o grande palco de disputas nas eleições de 2010. Aliás, essa disputa já começou e, em alguns casos, já está em estágio bem avançado em termos de conteúdo e de discussões.

Recente pesquisa realizada pelo DataSenado (instituto de pesquisa do Senado Federal) ouviu, por telefone, mais de mil eleitores em todas as capitais do País. O dado mais interessante e que nos faz refletir intensamente em relação ao próximo processo eleitoral é que a Internet já é o segundo meio de comunicação mais usado pelo cidadão para informar-se sobre política, atrás apenas da TV. Ou seja, rádio, jornais e outras mídias tradicionais já perdem espaço para a Internet quando o assunto é política. Entretanto, mais importante do que isso: os profissionais de Comunicação e de assessoria de campanha já estão preparados ou se preparando para esta nova realidade?

A mesma pesquisa revelou que dois em cada três entrevistados consideram que a Internet terá grande impacto no próximo pleito, sendo que entre os cidadãos que usam regularmente sites de notícias e participam de redes sociais (Orkut e Twitter, por exemplo) esse percentual sobe para 64%. Aliás, tem muito assessor político que, além de desconhecer o potencial que essas mídias sociais virtuais possuem, ainda as utilizam de forma negativa, colocando opiniões pessoais e frases sem sentido que, indiretamente, remetem ao posicionamento do assessorado. Na Internet, senhores assessores, a opinião pessoal se perde quando a sua imagem é vinculada à do político.

Outro dado extremamente interessante levantado pelo DataSenado é que quase metade dos eleitores ouvidos (46%) acredita que a principal vantagem da internet nas eleições será a troca de informações e idéias entre os eleitores. Em tempos de comunicação online e disseminação rápida (mas nem sempre eficiente) das informações, será extremamente importante um monitoramento profissional das informações que circulam pela web, sobretudo nas redes sociais virtuais. Mais do que nunca, Orkut, Facebook, Twitter e blogs serão ferramentas diárias de acesso para assessores de comunicação e marqueteiros.

De acordo com o relatório divulgado pelo DataSenado, algumas características peculiares da web justificam seu crescimento como ferramenta de informação política. Sem dúvidas, a mais importante delas é a possibilidade de recuperação e de disseminação fácil e rápida de notícias, opiniões, imagens, vídeos e outras ferramentas multimídia. Outro ponto que deve ser repensado: a falta de regulamentação jurídica e eleitoral mais rígida e punitiva em relação à web promove uma série de oportunidade para os profissionais de Comunicação e de Marketing nos próximos meses. Existe um consenso de que as campanhas eleitorais começam, efetivamente, quando se inicia o espaço eleitoral gratuito na TV e no rádio. Resta-nos saber se sesta realidade ainda se perpetuará por muito tempo. Afinal de contas, a convergência das mídias já nos coloca em uma situação, no mínimo, inusitada. Afinal, temos Internet no celular, web na TV, a TV no celular, o celular na web... E outras benesses e desafios da era da tecnologia.


* Francisco Resende Costa Neto
Coordenador dos cursos de Jornalismo
e Publicidade e Propaganda
Faculdade Pitágoras / Divinópolis

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