terça-feira, 8 de junho de 2010

Comunicadores e as campanhas políticas

Estamos às vésperas de mais uma eleição e com ela começa nos bastidores, uma corrida em busca de bons profissionais para desempenhar um papel fundamental nas campanhas: o planejamento estratégico de comunicação. Para quem acha que há muita mão-de-obra qualificada para exercer essa dificílima função, está redondamente equivocado. Recebo semanalmente pelo menos quatro telefonemas de coordenadores de campanhas pedindo indicação de profissionais de comunicação gabaritados para encarar essa verdadeira guerra em busca dos votos populares.

Engana-se quem acha que a função de um comunicador na campanha política é apenas escrever releases, divulgar a agenda e fotos do cotidiano do candidato. Há tempos até se trabalhava dessa forma, mas estamos em plena época em que as redes sociais e as novas tecnologias imperam e o acesso à informação está muito mais fácil. Junto a isso, a interferência, ou melhor, a incorporação de outras áreas, como o marketing, aliadas à comunicação trabalhada de forma integrada, fazem com que esse profissional seja cada vez mais qualificado e principalmente, tenha uma função muito mais estratégica do que operacional.

Pessoalmente já tive oportunidade de integrar equipes de comunicação em várias campanhas políticas e na maioria dos casos, os talentos individuais de cada um dos profissionais do time fizeram toda a diferença, já que até então, os conceitos da comunicação estratégica eram aplicados apenas nos maiores centros, em grandes campanhas. Hoje em dia, com a expansão do ensino superior, o acesso ao conhecimento e a qualificação dos profissionais do mercado, o planejamento estratégico de comunicação se torna cada vez mais acessível, mesmo para campanhas mais modestas.

Há algumas peculiaridades que precisam ser observadas. Termos como Media training, questions & ansewers, position paper, fact sheet, key messages e stakeholders não são apenas “importados” de outras áreas, são itens fundamentais de um planejamento de comunicação dentro de uma campanha, seja ela política ou institucional. O profissional de comunicação que se predispõe a fazer um trabalho eficiente nessa área, além de conhecer muito bem esses termos e saber utilizá-los de forma correta e eficiente, deve ter em mente que um trabalho de comunicação pode ser decisivo em uma eleição, de forma positiva ou extremamente negativa. Não são raros os casos em que candidatos que estavam disparados em pesquisas de opinião, por um erro no planejamento estratégico de comunicação, jogam o trabalho de meses e meses pelo ralo.

Mas vale lembrar que a comunicação por si só não elege ninguém, mas é uma ferramenta fundamental dentro de um grande processo que envolve diversas áreas, principalmente um candidato com boas propostas aos eleitores.

* Leonardo Marcos Rodrigues
Jornalista e professor dos cursos de Jornalismo e
Publicidade e Propaganda da Faculdade Pitágoras/Divinópolis

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