segunda-feira, 14 de junho de 2010

Copa do Mundo e o dilema organizacional

Nessa temporada de Copa, as atenções são direcionadas para esse evento. Televisão; jornais; internet; conversas, enfim, tudo gira em torno da seleção. O Brasil para. É hora de jogo. Depois, dos comentários. Antes a escalação, os jogos das outras seleções para analisar - nossos adversários. Ou seja, o assunto, as cores tudo lembra a copa.

E dentre essa competição, corre outra: a não oficial. Qual será? É a delicada situação das empresas em não ter prejuízos com a redução da jornada, ou da manutenção da jornada integral e a satisfação de seus clientes internos – os colaboradores/funcionários. Nessa hora é que podemos avaliar definitivamente o nível de entrosamento, satisfação e responsabilidade das duas partes, pois não podemos nos esquecer, joga-se sempre no mesmo time, em busca de um mesmo objetivo.

Empresário, líder é muito importante avaliar agora e sempre o clima organizacional de sua equipe. De sentir para onde tende as tensões, a satisfação e a insatisfação. Saber equilibrar direitos e deveres é a base desse clima, juntamente com um amplo trabalho de Recursos Humanos e Comunicação Interna. Ceder tempo para os colaboradores curtirem a Copa faz muita diferença, pois a sensação de humanidade e liberdade trará bons resultados ao desempenho daquele torcedor/colaborador. Um bom exemplo para ilustrar esse dilema entre empresário e funcionário aconteceu com um amigo próximo à estréia da última Copa. O chefe perguntou à um colaborador: - fulano a TV está pronta? O colaborador diz: - Porque sicrano (patrão) vai assistir aqui sozinho? Uma situação que pode ser vista como uma piada organizacional, mas não é. Foi fato. Ou seja, não houve um planejamento, um entendimento. Nenhum “lado” ouviu o outro. E sobra agora o jogo do poder, e quem perde: os dois lados.

Tem empresa que nunca para, e surpreende a todos paralisando suas atividades para assistirem aos jogos. Satisfazendo uma expectativa inesperada, agregando valor ao relacionamento entre chefes e colaboradores. “Vale tudo”, dizem as políticas de Recursos Humanos para integrar e motivar os colaboradores. Trabalhar o clima para obter melhores resultados. Então, ceder, ouvir, treinar, sentir faz muita diferença. Avalie com outros olhos a dispensa para a Copa. E aquelas empresas que não podem parar, busquem criar alternativas para satisfazer seu público interno. Como fazer do encontro para assistir ao jogo uma celebração entre colegas de trabalho. E esse é um raciocínio que vale para grandes datas como: Natal; 31 de dezembro; carnaval. Não prego aqui que se deva parar de trabalhar. Os horários devem sim, ser cumpridos. Pois colaborador bom é aquele que chega no horário e saí no seu horário. E empresa boa é aquela que não explora seus funcionários. O importante nessa datas é criar um rodízio, objetivando a igualdade entre os colaboradores e o não abuso de poder.

Esclareço que isso deve ser reflexo de planejamento, como tudo no ambiente organizacional. E não pode ser pessoal e parcial. Esse é um dos pontos que marcam o clima de uma empresa. Porque você empresário coloque-se no lugar de seu colaborador. Não há explicação para uma empresa, que tem seu expediente encerrado às 18h, fazer seu pessoal assistir ao jogo do Brasil que iniciará às 16h na empresa. Não seria hora de reavaliar esse jogo de poder? A satisfação é tão difícil de ser alcançada e a insatisfação é um “vírus” no âmbito empresarial. Tome coragem e avalie a sua empresa através da pesquisa de clima organizacional e se surpreenderá. Certifico isso.

* Graziela Vaz
Relações Públicas. Professora dos cursos de Jornalismo e
Publicidade e Propaganda da Faculdade Pitágoras/Divinópolis

Nenhum comentário:

Postar um comentário