sexta-feira, 29 de julho de 2011

Criatividade e a criação de novos produtos

Francisco Resende Costa Neto
Coordenador dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda
Faculdade Pitágoras/Divinópolis



Criar novos produtos ou serviços para ofertar no mercado é parte crucial das ações e decisões tomadas pelas organizações no mercado. Neste sentido, o planejamento deve estar muito bem alinhado para todas as áreas e o conjunto de processos e operações dentro da organização possam funcionar perfeitamente. Novos produtos são importantes para sustentar o crescimento e o lucro para substituir itens obsoletos.
Estudar o mercado é uma constante para atingir o sucesso, da mesma maneira com que se procuram oportunidades, também são solicitadas soluções práticas e simples, que tragam mais valor para um processo, produto ou serviço.Diariamente as organizações correm atrás de grandes idéias que possam alavancar ou até salvar seus negócios. Entretanto, estas “idéias milagrosas” são fruto de muito trabalho, especialmente de pesquisas e estudos direcionados a encontrar melhorias a serem aplicadas.
Sem um planejamento elaborado para atender a todas as áreas da organização, a chance de correr atrás da concorrência é grande. Inúmeras oportunidades deixaram de ser vistas porque as informações não circulam dentro da organização ou sequer pesquisas são realizadas. O que pode auxiliar uma organização a encontrar uma oportunidade está no simples fato da empresa planejar e perguntar a si própria o que ela realmente conhece, como: Qual é o negócio da organização? Quem é o público-alvo? Qual é o ciclo de vida do mercado? O produto é desejado pelos consumidores? Qual é o diferencial que a organização pode ofertar?
Responder a essas perguntas pode ser um bom começo para o desenvolvimento de novos produtos no mercado. Uma estratégia de novo produto vincula o processo de desenvolvimento do produto novo aos objetivos de marketing, da unidade de negócios e da empresa. Uma estratégia de novo produto deve ser compatível com esses objetivos e, por sua vez, todos os três objetivos devem ser consistentes entre si. A estratégia de novo produto faz parte da estratégia global de marketing. Ela estreita o foco e fornece diretrizes gerais para geração, triagem e avaliação de novas idéias de produtos. Ela especifica os papéis que os novos produtos devem exercer no plano global da organização e descreve características dos produtos que a organização deseja oferecer e o mercado que ela deseja atender.
Idéias de novos produtos surgem de muitas fontes, como clientes, funcionários, distribuidores, concorrentes, pesquisa e desenvolvimento e consultores. O conceito de marketing sugere que os desejos e necessidades dos clientes devem ser o trampolim para o desenvolvimento de novos produtos. Entretanto, funcionários da publicidade e pesquisa (bem como os vendedores) frequentemente criam novas idéias de produtos, justamente porque analisa e está envolvido com o mercado. Distribuidores devem ser ouvidos quanto as necessidades que, por ventura, não estão sendo atendidas, funcionando como importante canal de sugestões para novos produtos. Porém, nenhuma empresa confia somente em idéias geradas internamente.
Criatividade é o manancial de idéias de novos produtos, não importando quem as conceba. Foram desenvolvidas diversas abordagens e técnicas para estimular o pensamento criativo. As duas consideradas mais úteis para gerar novas idéias de produtos são exercícios de brainstorming e grupos de foco. O primeiro filtro no processo de desenvolvimento de novos produtos é a triagem, que elimina idéias inconsistentes com a estratégia global da organização ou que não sejam adequadas por alguma outra razão. Em seguida, o teste de conceito avalia a idéia antes da criação de qualquer protótipo. Adiante, a análise de negócios analisa os números preliminares para demanda, custo, vendas e lucratividade. O estágio seguinte é o desenvolvimento, quando o protótipo é desenvolvido e uma estratégia de marketing traçada. O teste de mercado determina, através de um lançamento limitado, as reações de clientes em potencial em uma situação de mercado. Em seguida o teste de mercado simulado avalia, através da promoção, os efeitos desse produto no mercado antes do estágio final do processo: a comercialização (a decisão de levar um produto ao mercado). 

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Publicações Empresariais: uma necessidade para as organizações

Francisco Resende Costa Neto
Coordenador dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda
Faculdade Pitágoras/Divinópolis


Na última semana, falei um pouco sobre as publicações institucionais e sua importância para a solidificação da marca e da história de qualquer organização. Afinal de contas, toda organização possui uma grande história que envolve fundadores, fornecedores, grandes dirigentes, clientes e uma relação muito próxima com o próprio desenvolvimento do município. Divinópolis completa, no próximo ano, 100 anos de emancipação que se confunde com a própria história de muitas empresas e entidades que contribuíram, efetivamente, para desenvolvimento do município. É esta história que merece ser registrada de forma profissional e é este o propósito da “Perfil Institucional”, que pretendo explicar um pouco mais.
A proposta da Perfil Institucional é justamente oferecer soluções no que tange à pesquisa e elaboração de conteúdos organizacionais, com o intuito de gerar peças com alto valor agregado de informações históricas e institucionais para as organizações. Um trabalho que transcende as concepções de campanhas publicitárias ou de marketing, uma vez que o foco principal deste trabalho é o conteúdo, através de ampla pesquisa e geração de informações para que as empresas, através de diversas ferramentas de comunicação, possam buscar novos negócios e fortalecer a presença e a história de sua marca/empresa. Divinópolis e toda a região Centro-oeste possui dezenas de empresas com 15, 20 e até 50 anos de história que precisam de um resgate e um registro profissional.
As publicações empresariais, conforme abordamos na última semana, facilitam a comunicação entre a empresa e o seus públicos interno e externo. Exige conhecimento em segmentação de público e comunicação dirigida. Quando produzida de forma profissional, uma publicação empresarial torna-se um canal de comunicação extremamente eficaz, que aproxima a empresa de seu público-alvo. Serve como instrumento de integração e como multiplicador de contatos entre colaboradores e dirigentes. É uma ferramenta criada para solucionar problemas de comunicação nas empresas.
A Perfil Institucional é uma agência de comunicação institucional especializada em conteúdos organizacionais, com foco em publicações institucionais. Uma iniciativa pioneira dirigida por mim e pelo também jornalista Ricardo Nogueira, a empresa conta com uma equipe de colaboradores que atuam com foco no atendimento exclusivo às demandas do cliente, buscando a excelência em suas diversas formas de publicação. A Perfil Institucional é composta por profissionais especialistas em publicações empresariais de amplo alcance, buscando como resultado a melhor administração das informações dos clientes, fortalecendo a marca, gerando conteúdos na mídia e potencializando novos negócios.
A proposta atende a uma demanda dos empresários e, por isso, já teve uma aceitação muito boa em relação às importantes parcerias. Na última semana, por entender que a proposta atende a esta demanda da classe empresarial, a ACID (Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Serviços de Divinópolis), a Daimond Advogados Associados e a Formatar Consultoria Empresarial confirmaram suas parcerias. Outras entidades de classe serão visitadas ainda esta semana, justamente pelo caráter específico do trabalho proposto, que transcende os tradicionais serviços de publicidade e propaganda.
A Perfil também coordena a concepção e execução de publicações editoriais, sejam elas impressas ou digitais. Atua na pesquisa de conteúdo e na produção editorial de livros e revistas comemorativas, boletins informativos, jornais, anuários, newsletters, relatórios e coberturas jornalísticas. Produzidas segundo padrões editoriais e gráficos adequados às necessidades do cliente e de seu público-alvo, as publicações profissionais são eficientes instrumentos de comunicação para as organizações e facilitam a comunicação entre a empresa e os seus públicos interno e externo. Uma peça informativa, impressa ou digital, quando produzida de forma profissional, torna-se um canal de comunicação extremamente eficaz, que aproxima a empresa de seus objetivos de comunicação. Serve como instrumento de integração e como multiplicador de contatos entre colaboradores e dirigentes.
A Perfil Institucional oferece soluções em Comunicação Estratégica com foco em ampla pesquisa e refinado conteúdo para publicações empresariais, informativos, perfis empresariais, peças comemorativas e conteúdos para internet. Para isso, respeita 4 premissas importantes: toda organização tem uma grande história que precisa transcender as paredes da empresa; clientes internos e externos precisam conhecer a história e as conquistas de uma grande organização; grandes organizações são constituídas por homens e mulheres de valor, que merecem o devido reconhecimento; publicações empresariais facilitam a comunicação entre a empresa e o seu público interno e externo. Uma proposta diferenciada, focada no conteúdo e na história que toda organização de valor possui, mas que precisa ser pesquisada e registrada. O site www.perfilinstitucional.com.br já está em construção e, em breve, estará no ar para que todos possam conhecer, com maior profundidade, o trabalho oferecido para as empresas de Divinópolis e toda a região Centro-oeste.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Perfil Institucional e o desafio da comunicação dirigida

Francisco Resende Costa Neto
Coordenador dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda
Faculdade Pitágoras/Divinópolis


A região Centro-oeste vive um ciclo de expansão em vários setores e, com as novas mídias, muitos empresários encontram um dilema comunicacional: qual a melhor forma de me comunicar com os meus mais diversos públicos? Qual a melhor forma de consolidar a história e as conquistas de uma empresa, agregando valor à marca e buscando novos mercados? Neste sentido, as publicações empresariais facilitam e muito, a comunicação entre a empresa e o seus públicos. Elas exigem conhecimento em segmentação de público e comunicação dirigida. Quando produzido de forma profissional, estas publicações tornam-se um canal de comunicação extremamente eficaz, que aproxima a empresa de seus públicos-alvo. Serve como instrumento de integração e como multiplicador de contatos entre colaboradores e dirigentes. É uma ferramenta criada para solucionar problemas de comunicação nas empresas.

Jornais, revistas, newsletters e boletins enviados com regularidade a clientes, fornecedores, órgãos governamentais e grupos formadores de opinião podem contribuir para a projeção da imagem da empresa de forma eficaz. Tendências de mercado, novas tecnologias, parcerias, notícias sobre determinado setor e fornecedores, descrições detalhadas de produtos e serviços, entre outros assuntos, são temas que estabelecem um forte vínculo entre a empresa e o seu público-alvo. Por meio dessas publicações, os leitores tomam conhecimento de soluções inovadoras e são informados sobre o relacionamento com empresas/parceiros de destaque. São mensagens que ajudam a construir a credibilidade da empresa e a de suas marcas. Ao mesmo tempo em que informam os diversos segmentos de leitores – funcionários, colaboradores, parceiros, fornecedores, consumidores, autoridades e formadores de opinião -, as publicações servem de material de apoio a vendedores e representantes.

Outra opção interessante é o perfil empresarial. Uma apresentação bem elaborada que deve ser capaz de descrever os produtos e serviços que uma empresa desenvolve. Ao fornecer informações sobre a história da corporação, a experiência dos sócios e parceiros, os clientes atendidos e os cases de sucesso, a empresa revela transparência, solidez e credibilidade junto ao mercado. O perfil empresarial deve traduzir em linguagem clara e atraente todas as qualidades da corporação.

Um presente que pode marcar o nome e a história de uma empresa junto a clientes, parceiros e formadores de opinião, sobretudo em datas marcantes, fortalece muito a imagem e a marca de uma organização. São publicações diferenciadas sobre os mais variados temas: histórias de empresas que acompanharam o seu desenvolvimento, iniciativas de administração arrojadas, apoio a projetos de caráter social ou intelectual, entre outros. O material, editado cuidadosamente, pode contribuir de maneira definitiva para a projeção da imagem institucional ou da marca.

Tão importante quanto desenvolver um site criativo e funcional é abastecer o espaço com informações de interesse. O texto e sua constante atualização são a garantia de que o visitante voltará a consultar a página. A internet tem uma linguagem própria e um auxílio profissional de conteúdo na web pode auxiliar uma empresa a identificar assuntos de interesse, desenvolver pesquisas e editar as informações.
É visando suprir esta carência de mercado que, juntamente com o jornalista e também professor Ricardo Nogueira, parceiro de diversos trabalhos na Comunicação, implementamos, recentemente, a Perfil Institucional. O conceito de trabalho surgiu em 2004, com o crescimento vertiginoso da região Centro-oeste do Estado e a necessidade latente de se registrar historicamente as conquistas e datas históricas de grandes empresas. Neste sentido, algumas soluções de curto prazo foram implementadas, com a confecção de conteúdos empresariais, informativos e perfis empresariais para diversas empresas. A maior abrangência e a necessidade das organizações em registrar sua história, conquistas e valorizar seus clientes internos e externos culminou com um amplo trabalho realizado, em 2006, para as Faculdades Integradas do Oeste de Minas. A revista “Fadom 40 Anos” tornou-se um marco histórico para a referida instituição. O mais recente e com maior visibilidade é o book “Divinópolis 100 Anos”, uma requintada peça de 32 páginas e um DVD multimídia, contendo um amplo conteúdo histórico e estatístico de Divinópolis, oriundo de uma grande pesquisa, sendo considerada, pela Prefeitura de Divinópolis, a principal peça de prospecção de novos investimentos pelo município no seu Centenário. Este é o grande desafio mais latente da Perfil Institucional: oferecer soluções em comunicação dirigida, com foco em conteúdo institucional, para médias e grandes empresas da região Centro-oeste! 

quarta-feira, 13 de julho de 2011

As novas mídias caminham à velocidade da luz!

Leonardo Marcos Rodrigues
Professor dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Faculdade Pitágoras/Divinópolis
 
 
Lembro que até poucos anos, nem nos mais futuristas episódios da série de desenho animado “Os Jetsons”, as ferramentas e formas de comunicação que existem hoje foram imaginadas. Estamos vivendo uma época onde as transformações e incorporações das tecnologias em nossa vida acontecem com mais constância e principalmente em uma velocidade cada mais frenética.

Só para ilustrar melhor esse pensamento, é interessante lembrar que o rádio levou 38 anos para atingir uma audiência de 50 milhões de ouvintes, a TV para atingir esse número de 50 milhões de telespectadores levou 13 anos, a internet para chegar a esse  número de usuários levou apenas quatro anos e já se falando em redes sociais, o Facebook no espaço de apenas um ano atingiu 200 milhões. Isso mesmo! Em dados mais atuais, se o Facebook fosse um país, seria o terceiro mais populoso do mundo, com 500 milhões de habitantes. No atual ritmo, segundo a Economist, terá atingido um bilhão nos próximos 15 meses, o que dá uma idéia do poder dessa rede social.

Por isso que já há algum tempo tenho insistido em debater esse assunto neste espaço, principalmente por ver que mesmo diante dessas mudanças e no comportamento do novo consumidor, ainda há empresários e profissionais do mercado que relutam em ver o óbvio, ou seja, aqueles que não atentarem e se prepararem para “conversar” com seus clientes, estarão fadados a amargar prejuízos e mais prejuízos, ou no mínimo, investir muito mais do que poderiam investir agora, para correr atrás do lucro.

Em uma breve análise, não há como negar que as máquinas dominaram as comunicações no “mundo moderno” e as empresas não podem mais ficar à margem das ferramentas de comunicação digital e das redes sociais. Bem lembrou o estrategista em tecnologia da Microsoft, Fernando Lemos, que afirmou que “as empresas — marcas e produtos — não podem mais encarar o seu público apenas como consumidores, mas sim como pessoas com suas reais necessidades e posicionamentos. Logo, é preciso ser relevante e pertinente ao definir estratégias e para usar com eficiência os novos formatos de mídia”.

Dialogar com esse novo cliente, ou com os clientes que estão aprendendo a consumir de uma nova forma não é algo fácil, já que diferente de nossos pais e avós, eles não são alvos passivos, que recebem mensagens da marca e fica por isso mesmo. A nova geração, que graças ao aquecimento da economia está disposta a gastar, quer ser vista como potencial parceira que, além de replicar a informação, cria, opina e compartilha.

Assim como há uma evolução nesse perfil do consumidor e por consequência na forma de se comunicar com ele, que fique bem claro com isso tudo, que cada vez mais a comunicação é uma via de mão dupla, onde não há espaço para improvisos e ações descontextualizadas.

Seguem alguns dados interessantes

- Luciano Huck e Mano Menezes têm mais seguidores no Twitter que toda a população de Tocantins, Amapá e Roraima juntas.
- 31 bilhões de buscas são realizadas no Google a cada mês
- A cada 8 casais formados nos EUA no último ano, pelo menos 1 se conheceu via redes sociais
- Youtube é o segundo maior motor de busca do mundo.
- Mais de 15 milhões de partes de conteúdo são compartilhados diariamente no Facebook.
- Brasileiros passam 56 minutos por mês no Twitter; são quase 9 milhões de pessoas twittando.
- 99% das empresas acima de 50 funcionários no Brasil estão conectadas à Internet.
- 91% dos internautas brasileiros conhecem ou já ouviram falar do Twitter.
- Twitter é a palavra de língua inglesa mais usada em 2009.
- Twitter cresceu mais de 1382% no período de um ano.
- Facebook quer ultrapassar Google em publicidade.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Ser jornalista é...

Francisco Resende Costa Neto
Coordenador dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda
Faculdade Pitágoras/Divinópolis



"Hoje e sempre ser jornalista é tentar ser uma testemunha do seu tempo. Essa é nossa humilde tarefa. Não é ser juiz, promotor. Atualmente, temos uma tendência de julgar e até condenar. Quanto mais complexa a sociedade, mais se exige esse papel do jornalista". Esta frase do respeitado jornalista e escritor Zuenir Ventura descreve, em frases rápidas e bem coerentes, a linha que divide os papéis desempenhados pelo jornalista em nossa sociedade. Principalmente no Brasil, onde a carência de confiança em instituições públicas como o Governo e a Justiça faz do jornalista um guardião dos direitos mais básicos da sociedade. Na verdade, o jornalista é, de fato, o guardião unicamente do direito à informação qualificada, verdadeira e isenta. E é aí que vivenciamos uma inversão de valores muito perigosa para a democracia e muito cômoda para quem, de fato, deve zelar oferecer essas condições à sociedade.

Ser jornalista é saber persuadir, seduzir. É ser um contador de histórias de forma que atinja seus objetivos: informar, sem ter medo de nada nem de ninguém. É aventurar-se no desconhecido, desafiar o destino, questionar insistentemente aquilo que é imposto sem resquícios de lógica ou explicações. É abrir caminhos, desbravar e ter sempre a curiosidade aflorada. É ter o dom da palavra e, às vezes, a sabedoria do silêncio. É dominar o perigo, enfrenta-lo e destruí-lo. Perguntar, perguntar e perguntar... É saber que entre um furo e outro de reportagem haverá muitas coisas no caminho. É saber que a vivência advinda de cada reportagem, de cada pesquisa ou entrevista irá compor um belo álbum de experiências que ninguém terá a capacidade de tirá-lo. 

A profissão de jornalista exige do profissional o conhecimento e a técnica de saber trabalhar com as diferentes formas de captação e difusão da notícia. A comunicação é um campo do conhecimento muito amplo, que incorpora o receptor no processo de transmissão da mensagem. Ser jornalista, nos dias de hoje, é abrir canais para a interatividade. Entender que os receptores de hoje, fatalmente, podem se transformar em fonte de informações. Ser jornalista é ter o dom do bom relacionamento, evitando conflitos pessoais que podem interferir na apuração futura de uma reportagem. Pela conjuntura, o jornalista continua como principal defensor da liberdade de expressão e analista dos acontecimentos diários. Mas é preciso deixar claro que esta é uma consequência, e não uma causa.

Percebo uma dificuldade cada vez mais constante de se definir realmente o que é notícia nos meios de comunicação e de como mostrá-la de forma verdadeira e clara, deixando de lado todas as convicções e pré-conceitos (que todos temos) e se concentrar naquilo que é apurado e verificado. No jornalismo ético e feito com responsabilidade, principalmente com o cidadão, só há lugar para opiniões em colunas, artigos e editoriais. E isso, claramente, não vem acontecendo na cobertura desses casos que abordam crimes, principalmente naqueles que envolvem pessoas famosas. Um erro que vem da base do nosso jornalismo, mas que precisa urgentemente ser revisto. Jornalista não é delegado, juiz ou qualquer autoridade jurídica.

Muito se tem debatido sobre o futuro do jornalismo nesta nova era em que todos são capazes de produzir e consumir informações ao mesmo tempo. Após um século de estagnação nas formas de produção e consumo de notícias, baseadas principalmente no predomínio de poucas plataformas de disseminação das informações (basicamente rádio, TV e impresso), vivemos um momento de redesenho dos formatos e das plataformas tecnológicas. Neste novo cenário, o jornalismo ganha ferozes “concorrentes”. Mas, como em qualquer outro segmento, a concorrência é salutar, ao contrário do que muitos pensam, é extremamente benéfica para o jornalismo, uma vez que obriga empresas e profissionais e se qualificarem e oferecerem diferenciais que garantam, entre outros atributos, a credibilidade, aceitação, penetração e, acima de tudo, qualidade na apuração e a construção da notícia. Ou seja, esta nova concorrência cria um cenário em que profissionais sem qualificação e que não possuem diferenciais se percam em um oceano imenso a ser desbravado, mas que necessita de marinheiros competentes e dispostos ao risco. Lembrando que a disposição pelo risco eleva as possibilidades de sucesso em qualquer carreira.