terça-feira, 6 de julho de 2010

A Copa do Mundo e o espetáculo da publicidade

A Copa do Mundo de futebol é, sem dúvida, uma das maiores vitrines mundiais para exposição de marcas, produtos e serviços. Por todo o planeta, milhões de pessoas acompanham este grande evento que leva o entretenimento, por meio do esporte, a todos os povos, independente de raça, idade ou classe social. Obviamente, a publicidade e as estratégias de marketing não poderiam deixar escapar tamanha oportunidade para evidenciar seus clientes, transformando entretenimento, confraternização entre as raças e futebol em vendas ou mesmo em valor institucional.

No Brasil, assistimos ao case da Skol que fabricou latinhas de cerveja equipadas com um pequeno dispositivo que era acionado com a abertura do produto. Lá de dentro, como em um passe de mágica, vinha uma voz, torcendo pela seleção brasileira. A coisa fez tanto sucesso que as tais latinhas “falantes” estão sendo vendidas por aí por cerca de dois mil reais. Foi uma estratégia que certamente aumentou as vendas da cerveja, por causa da busca pela lata “premiada”, e, ao mesmo tempo, associou a marca Skol a valores como inovação, tecnologia e arrojo.

Outro recurso já bastante utilizado em época de copa é a exploração da imagem dos jogadores como garotos-propaganda, utilizando e recomendando produtos. Foi assim com a Honda e o Ronaldinho Gaúcho (quem nem convocado foi), a Samsung e o Robinho e até uma rede de supermercados de Divinópolis que associou sua marca ao meio-campo Gilberto Silva. Claro que este tipo de estratégia estamos mais acostumados a ver na mídia, porém, neste mundial ficou mais evidente a associação entre publicidade, humor , entretenimento e celebridades.

Ocorrem também alguns casos curiosos, como o ocorrido com o Extra Hipermercado. A agência que atende à empresa enviou à Folha de São Paulo dois anúncios. Um para ser veiculado caso o Brasil ganhasse as oitavas de final sobre o Chile, e outro para o caso da seleção perder o jogo. Por um erro operacional, a Folha soltou o anúncio de derrota, ao invés do correto que parabenizava o time pela vitória. Este acontecimento ganhou grande visibilidade na mídia, especialmente nas redes sociais e blogs, chegando a ser comentado pelo diretor geral do Extra por meio de seu Twitter. De qualquer forma, chego a arriscar que o tiro saiu pela culatra. O ‘buxixo’ criado em cima do equívoco foi tão grande e gerou tanta mídia espontânea que o anúncio do Extra foi milhares de vezes mais acessado do que se tivesse saído da maneira correta, apenas na Folha, parabenizando a seleção. Virou case e será relembrado inúmeras vezes nas mesas de buteco e salas de aula dos cursos de Comunicação e Marketing. Além disso, na semana seguinte o Brasil foi desclassificado do mundial e muitos chegaram a brincar que a Folha faz mesmo juz ao seu slogan: “É o jornal do futuro”.

Ou seja, praticamente todas as empresas, cada uma à sua maneira, tentam tirar proveito do espetáculo mundial do futebol. De pequeninas lojinhas de presentes, passando por casas noturnas, até os maiores varejistas do país, não há quem deixe de pegar carona na empolgação do brasileiro com o esporte que é a paixão nacional. Claro que em 2010 a copa durou menos que o esperado pelos brasileiros, mas aí, como o próximo mundial é aqui mesmo, não temos tempo a perder, precisamos preparar o país, os hotéis, os transportes emuito mais para receber uma gigantesca avalanche de gringos daqui a 4 anos, consumindo em euro e dólar nas terras tupiniquins. Portanto, empresários, profissionais de marketing, publicitários e jornalistas, já tá na hora de planejar as estratégias que vão marcar 2014.

2 comentários:

  1. Belo texto, Mivla. Agora o desafio é aos nossos publicitários, já pensando na web para campanhas envolvendo a Copa de 2014! E vamo que vamo!

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  2. Agora é esperar criatividade de nossos publicitários para 2014. Web e móbile!

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