segunda-feira, 11 de abril de 2011

É o que tem para hoje...

Silvana Maria de Sousa
Publicitária e professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda
Faculdade Pitágoras/Divinópolis-MG


A maioria dos profissionais que trabalha à frente do marketing ou da comunicação empresarial já se deparou com uma queixa dessas por parte dos gestores:  “as vendas estão baixas, a campanha não respondeu como esperado, o mercado daquela região está fraco...” E depois de toda queixa a famosa pergunta: qual a solução?

Bem, diante da pergunta que, no primeiro momento, é um enorme gigante a atormentar as cabeças pensantes do marketing, há uma vontade, grande na mesma proporção, de mudar de profissão. Afinal, já imaginaram a responsabilidade de se ter na sua conta de pensamento e departamento uma resposta para um desafio dessa ordem? Mas passado o susto do “encontro com o gigante” é possível vislumbrar vida após a pergunta. Vamos lá.

Primeiro passo: entender e se fazer entender como um intermediador de respostas e não um respondente. Explico. Tanto os gestores do negócio quanto a equipe de vendas (até mesmo o profissional da área) precisam saber que nenhum departamento de marketing e ou de comunicação possuem uma gaveta dourada, em seus escritórios e agências, onde repousam as tão sonhadas soluções.

Segundo momento: na qualidade de intermediador, deixar bem claro que as resposta serão dadas por quem de direito pertence a pergunta: quem não está comprando o produto, quem não foi impactado pela campanha, quem está escolhendo outra forma de gastar dinheiro naquela região... O legítimo respondente: nosso amadíssimo consumidor.

Numa terceira fase, é preciso desdobrar uma pergunta em várias, porque apenas jogar o “gigante” de qual a solução? Para o cliente seria totalmente improdutivo. O próximo passo é convencer os gestores de que os legítimos respondentes não são tão afeitos a respostas, muitas das vezes dão respostas nas redes sociais (já não é tendência, é fato), falam mais com os amigos do que com as “caixinhas de sugestões”, tem linguagem codificada por valores, localizações e podem dizer muito mais sobre a marca, o produto, o serviço, e suas escolhas por meio do estilo de vida que levam do que num formato tradicional de “questionários”.  Treinamento de observação estratégica.

E, por último, numa simplificação de passo-a-passo, é preciso investir (esse é difícil) em sistematização de ouvidoria para esse respondente.  Treinamento de observação estratégica nos pontos de contato com o consumidor, sites ativos, equipe de vendas atentas e coordenadas para darem relatórios consistentes, monitoramento de redes sociais, ações de relacionamento de mão dupla ( o serviço, o produto, a comunicação, o brinde, o prêmio, o mote financeiro é atraente para o consumidor ou é decidido pelo gosto, pela conveniência da empresa?).

Feito isso, aí sim, o marketing e a comunicação, como quaisquer departamentos tomarão posse de suas respostas e deverão trazer as alternativas que lhes cabem. Como eu disse no início da nossa conversa, há sim vida após a pergunta. Mas eu não disse que há vida fácil.  Entendo perfeitamente nosso saudosismo em querer aquele cliente que tinha poucos produtos para escolher, pouquíssimas mídias para nos assistir e ouvir e um estilo de vida previsível e constante. Mas, sem culpa e nem desculpa, o cenário desconfortável de incertezas agora faz parte do negócio. É o que tem pra hoje...

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