sexta-feira, 16 de abril de 2010

Não basta saber comunicar, tem que se qualificar

Nas últimas décadas, com as várias mudanças estruturais e tecnológicas, produtivas e organizacionais, um reflexo vem sendo visto no mercado de trabalho dos novos comunicadores. Tempos atrás, bastava apenas um bom texto e um certo “dom” para a comunicação que tudo estava certo e era quase garantida uma vaga no mercado, até então, pouco exigente quanto a de qualificação em sua mão-de-obra.



Mas o que estamos vendo nesses tempos modernos, é que, como diz o editor da revista PQN, Robson Abreu, “saber o pacote Office não é mais diferencial e sim, requisito básico para pleitear uma vaga de trabalho”. O nível de qualificação exigida pelas empresas, para a contratação de um jornalista, publicitário ou relações públicas está cada vez maior.



Vamos tomar por exemplo, uma vaga que foi divulgada recentemente, através do Twitter, para analista de conteúdo de um site, que tem entre suas obrigações, revisar e redigir conteúdo para o portal, bem como guias e manuais. Se estivéssemos em outra época, bastava o candidato ter um bom texto e um nível de conhecimento da língua portuguesa mais avançado, que estava apto para o cargo. Mas veja o que essa vaga exige como requisito básico para ingressar no processo seletivo: Nível superior completo em Comunicação Social; Inglês intermediário; Habilidade e desenvoltura com a escrita; Experiência em redação e atualização de conteúdo na internet; Familiaridade total com a internet (navegação, internet, redes sociais, etc.); Familiaridade com Excel e Access; Pró-atividade, boa comunicação e relacionamento interpessoal; Interesse em trabalhar em empresa de pequeno porte e com tarefas diversificadas.



Costumo brincar com os alunos que, daqui a pouco tempo, até exame de DNA será exigido na hora de uma contratação. Mas, brincadeiras à parte fica claro que o mercado de trabalho está cada vez mais exigente com relação ao perfil ideal dos novos comunicadores. Quem pretende seguir carreira na Comunicação Social, já deve colocar nos seus planos, além de uma boa qualificação acadêmica, a busca pelo conhecimento em outras áreas, como Marketing, Gestão de Pessoas, Administração, Direito, dentre outros.



Acredito que estamos ingressando na era do “Comunicador 2.0”, que é o tempo daquele profissional que além de saber comunicar muito bem, sabe vender, sabe trabalhar em grupo, sabe gerenciar e monitorar redes sociais, saber conversar em pelo menos dois idiomas e principalmente, é feito de carne e osso. Sim! Graças ao bom Deus que máquinas e computadores não possuem o item principal que fecha o pacote deste “super-homem comunicacional”, o sentimento, a alma.



E é justamente por isso, que o “Comunicador 2.0” é um ser fantástico, pois de nada adianta essa infinidade de qualificações, ser poliglota e “jogar nas onze”, como de diz no jargão futebolístico, se ele não compreender os fins de seu trabalho, que é levar a informação aos outros, lidando diretamente com as pessoas. Não basta apenas buscar a qualificação técnica para se tornar um profissional de ponta, deve-se ir atrás também da qualificação pessoal, moral e ética que revestem todas as peculiaridades da comunicação social, para encarar os desafios desse competitivo mercado de trabalho.





* Leonardo Rodrigues
Jornalista e professor dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda
da Faculdade Pitágoras/Divinópolis

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