
As empresas de comunicação devem repensar as estruturas profissionais para adequar o número de demandas noticiosas aos jornalistas na redação. O resultado será ganho de qualidade de apuração, e, consequentemente, em vendagens quando for apresentado ao público notícias como realmente devem ser: novas. É claro que muitos reclamam da falta de profissional no mercado. Outra meia verdade! Existem, são muitos e bons. Entretanto centenas não se sujeitam ao regime escravo e à desvalorização da categoria. Tais tratamentos são dados, principalmente, pelas empresas que teimam em se profissionalizar, em desrespeito ao seu consumidor final. E há excelentes instituições de ensino pelo interior do país com professores de mercado empenhados em transmitir aos alunos sua paixão pela profissão e sua quimera de mudar o mundo pelo jornalismo sério.
Sair da mesmice é respeitar o leitor e o consumidor de informação. Não por reparo nas coisas é grave! Os jornalistas tem visto muita coisa, mas enxergado pouco. E se enxergam, olham de um jeito singular, sob um único prisma: da forma como foram treinados. Assim só teremos reportagens de quem adora e quem não adora chocolate na páscoa, sugestão de presentes para o dia dos namorados, mães especiais, aquelas manchetes das quais já estamos cansados.
Não ver, não enxergar, não olhar de outro ângulo, não exercitar a criatividade, perseguir o óbvio, idolatrar as repetições, permanecer na zona de conforto do "sempre foi feito assim", "todo ano é a mesma coisa", é aceitar vender a mesma quantidade sempre. É isso mesmo que se quer?
* Laura Aguiar
Jornalista e Professora do Curso de Jornalismo da Faculdade Pitágoras de Divinópolis
Nenhum comentário:
Postar um comentário