segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Marketing, Esporte e Paixão

Ricardo Nogueira
Jornalista, Especialista em Docência do Ensino Superior, MBA em Gestão da Comunicação Integrada, Mestre em Educação, Cultura e Organizações Sociais, Mestrando em Educação Tecnológica. Professor da Faculdade Pitágoras nos cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Gestão Comercial.
 
 
 
Ontem li em algum lugar uma frase bem interessante. Com o perdão da falta de crédito ao autor e ao meio que a veiculou, segue a ideia: “O futebol é a coisa mais importante dentre todas as coisas menos importantes da vida”. Além de genial, a frase resume bem a paixão do brasileiro pelo esporte e nos leva a entender o porquê do mercado de comunicação e marketing relacionado ao esporte estar sempre em alta. É fato: de cada 10 leitores de um jornal, pelo menos sete deles abrem direto a página de Esportes em primeiro lugar. Mesmo que manchetes com outras notícias relevantes, com temas importantes para a sociedade, estejam dispostas gritantes na capa, é sempre bom conferir primeiro aquilo sobre o time do coração.
Esse filão já foi descoberto por vários veículos de comunicação que dedicam grande parte do seu noticiário à cobertura esportiva. Reflita: qual editoria (Cultura, Política, Economia etc) tem, diariamente, além do espaço próprio nos noticiários gerais, programas ou cadernos específicos? A resposta é simples: o Esporte. Basta analisar a programação da TV aberta e perceber que em todos os canais há pelo menos um programa dedicado ao jornalismo esportivo diariamente. As demais editorias têm menor importância no gosto popular. É fato. E ir contra o gosto do povo é perder tempo.
Quem já atentou para isso, há muito tempo, foi o empresariado que investe no marketing esportivo como forma de agregar valor às marcas. É uma coisa tão lógica que é praticamente impossível pensar diferente disso. Um dos preceitos do marketing de relacionamento, por exemplo, é a fidelização. De forma bem rápida, podemos entendê-la como o esforço que as empresas fazem para manter seus clientes fiéis, para que eles não tenham dúvidas na hora de escolher um produto ou serviço e sempre façam a opção pela empresa que trabalha nesse sentido. Logo, este deveria ser e muitas vezes é o esforço de mercado que as grandes empresas têm em mente.
E qual a relação disso com o esporte? Praticamente total. Alguém consegue ver lógica em uma pessoa que ganha um salário mínimo por mês gastando cerca de 1/3 de seus honorários comprando uma camisa oficial do clube que torce, por exemplo? Ou, ainda, existe algum sentido em deixar o conforto de sua casa, viajar cerca de duas horas, enfrentar engarrafamento, fila para entrar, pagar caro por um refrigerante ou prato de tropeiro e ficar espremido entre outros marmanjos para acompanhar um jogo do time? E o que dizer ainda dos fortes abraços dados no colega de arquibancada, suado, que nunca viu na vida? Isso tem nome: paixão. Logo, o futebol é o que é por despertar esse sentimento e toda essa gama de ações em nome de um amor sem comparação.
Portanto, ao pensar no marketing esportivo e no apoio ao esporte como forma de estreitar relacionamentos com seus públicos de interesses, as empresas querem simplesmente aproveitar um pouquinho desse amor e, quem sabe, transferi-lo para sua marca. Esse é o princípio básico da coisa toda: buscar um pouco de paixão e ter não mais clientes, mas “torcedores” da marca. No entanto, por mais interessante que a estratégia seja, transferir esse sentimento de um clube para uma empresa não é tão fácil assim. Isso já foi tentado por muitas marcas, mas poucas tiveram sucesso.
Como não há receita de bolo para obter o sucesso, cabe às organizações verdadeiramente engajadas no esporte usufruir desta estratégia que pode, sim, trazer sucesso e resultados surpreendentes. De um tempo para cá, parece que o esporte, especialmente o futebol, tem ganhado fãs cada vez mais apaixonados. Nas faculdades de Jornalismo isso é visível: são vários os alunos que chegam buscando trabalhar com sua paixão pelo esporte, conciliando prazer e labuta. E assim também ocorre nos cursos de Marketing, Publicidade e Propaganda e outras habilitações que pensam em como destacar as empresas no mercado.
Assim, investir em capacitação para saber lidar com o marketing esportivo de forma a gerar benefícios para as empresas é apostar no futuro certo e rentável. Especialmente no país que está prestes a receber uma Copa do Mundo e as Olimpíadas, que com certeza gerarão diversas oportunidades para quem esteja capacitado para liderar e desenvolver esses projetos. Já que das coisas menos importantes do mundo esta é a mais relevante, a hora de investir é agora.    

 

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