Ricardo Nogueira
Jornalista, Especialista em Docência do Ensino Superior,
MBA em Gestão da Comunicação Integrada, Mestre em Educação, Cultura e
Organizações Sociais, Mestrando em Educação Tecnológica. Professor da Faculdade Pitágoras nos cursos de Jornalismo,
Publicidade e Propaganda e Gestão Comercial.
Ontem li em algum lugar uma
frase bem interessante. Com o perdão da falta de crédito ao autor e ao meio que
a veiculou, segue a ideia: “O futebol é a coisa mais importante dentre todas as
coisas menos importantes da vida”. Além de genial, a frase resume bem a paixão
do brasileiro pelo esporte e nos leva a entender o porquê do mercado de
comunicação e marketing relacionado ao esporte estar sempre em alta. É fato: de
cada 10 leitores de um jornal, pelo menos sete deles abrem direto a página de
Esportes em primeiro lugar. Mesmo que manchetes com outras notícias relevantes,
com temas importantes para a sociedade, estejam dispostas gritantes na capa, é
sempre bom conferir primeiro aquilo sobre o time do coração.
Esse filão já foi descoberto
por vários veículos de comunicação que dedicam grande parte do seu noticiário à
cobertura esportiva. Reflita: qual editoria (Cultura, Política, Economia etc)
tem, diariamente, além do espaço próprio nos noticiários gerais, programas ou
cadernos específicos? A resposta é simples: o Esporte. Basta analisar a
programação da TV aberta e perceber que em todos os canais há pelo menos um
programa dedicado ao jornalismo esportivo diariamente. As demais editorias têm
menor importância no gosto popular. É fato. E ir contra o gosto do povo é
perder tempo.
Quem já atentou para isso,
há muito tempo, foi o empresariado que investe no marketing esportivo como
forma de agregar valor às marcas. É uma coisa tão lógica que é praticamente
impossível pensar diferente disso. Um dos preceitos do marketing de
relacionamento, por exemplo, é a fidelização. De forma bem rápida, podemos
entendê-la como o esforço que as empresas fazem para manter seus clientes
fiéis, para que eles não tenham dúvidas na hora de escolher um produto ou
serviço e sempre façam a opção pela empresa que trabalha nesse sentido. Logo,
este deveria ser e muitas vezes é o esforço de mercado que as grandes empresas
têm em mente.
E qual a relação disso com o
esporte? Praticamente total. Alguém consegue ver lógica em uma pessoa que ganha
um salário mínimo por mês gastando cerca de 1/3 de seus honorários comprando
uma camisa oficial do clube que torce, por exemplo? Ou, ainda, existe algum
sentido em deixar o conforto de sua casa, viajar cerca de duas horas, enfrentar
engarrafamento, fila para entrar, pagar caro por um refrigerante ou prato de
tropeiro e ficar espremido entre outros marmanjos para acompanhar um jogo do
time? E o que dizer ainda dos fortes abraços dados no colega de arquibancada,
suado, que nunca viu na vida? Isso tem nome: paixão. Logo, o futebol é o que é
por despertar esse sentimento e toda essa gama de ações em nome de um amor sem
comparação.
Portanto, ao pensar no
marketing esportivo e no apoio ao esporte como forma de estreitar
relacionamentos com seus públicos de interesses, as empresas querem
simplesmente aproveitar um pouquinho desse amor e, quem sabe, transferi-lo para
sua marca. Esse é o princípio básico da coisa toda: buscar um pouco de paixão e
ter não mais clientes, mas “torcedores” da marca. No entanto, por mais
interessante que a estratégia seja, transferir esse sentimento de um clube para
uma empresa não é tão fácil assim. Isso já foi tentado por muitas marcas, mas
poucas tiveram sucesso.
Como não há receita de bolo
para obter o sucesso, cabe às organizações verdadeiramente engajadas no esporte
usufruir desta estratégia que pode, sim, trazer sucesso e resultados
surpreendentes. De um tempo para cá, parece que o esporte, especialmente o
futebol, tem ganhado fãs cada vez mais apaixonados. Nas faculdades de
Jornalismo isso é visível: são vários os alunos que chegam buscando trabalhar
com sua paixão pelo esporte, conciliando prazer e labuta. E assim também ocorre
nos cursos de Marketing, Publicidade e Propaganda e outras habilitações que pensam
em como destacar as empresas no mercado.
Assim, investir em
capacitação para saber lidar com o marketing esportivo de forma a gerar
benefícios para as empresas é apostar no futuro certo e rentável. Especialmente
no país que está prestes a receber uma Copa do Mundo e as Olimpíadas, que com
certeza gerarão diversas oportunidades para quem esteja capacitado para liderar
e desenvolver esses projetos. Já que das coisas menos importantes do mundo esta
é a mais relevante, a hora de investir é agora.
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