quinta-feira, 2 de junho de 2011

Curtas e boas da Comunicação

Francisco Resende Costa Neto
Coordenador dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda
Faculdade Pitágoras/Divinópolis


O merchandising nas transmissões esportivas, que já teve restrições na última Copa do Mundo, realizada ano passado na África do Sul, deverá ter ainda mais no próximo mundial, em 2014, no Brasil. A interferência da Fifa, entidade que organiza a competição, parece ser algo consumado, o que, em princípio, desagrada a classe publicitária. “Só será permitido (merchan) na bola rolando se for patrocinador Fifa”, comentou o diretor da Estadão/ESPN, Márcio Lino. Além de não poder fazer os chamados ‘texto foguete’ - merchandisings durante os 90 minutos de uma partida de futebol, as rádios terão mais um empecilho para conseguirem renda para a cobertura do mundial no Brasil: é obrigatório negociar primeiramente com os patrocinadores oficiais da Fifa e os parceiros específicos do torneio em 2014. Somente depois que essas marcas não quiserem patrocinar, as rádios poderão correr atrás de outras empresas. Será uma nova ditadura comercial?

Falando em futebol, após ser personagem principal de uma comovente reportagem exibida por um programa esportivo da TV Record, que mostrava sua decadência profissional e financeira após 20 anos de carreira, o ex-atacante Muller foi contratado pelo canal a cabo Sportv. A situação do ex-atleta, que atualmente vive de favor em uma casa que pertence ao ex-colega de São Paulo, Pavão, repercutiu nos grandes sites esportivos do País. No Sportv, Muller irá comentar os jogos do Campeonato Brasileiro da Série B. Tiro certo do “Canal Campeão”.

Aos domingos, parece que a audiência soberana do Fantástico, que perdurou durante décadas, já não é mais uma realidade. A crescente audiência do Domingo Espetacular, atração exibida pela Rede Record no mesmo horário, é apontada como uma das explicações para a perda vertiginosa de ibope da atração global. Segundo o colunista Ricardo Feltrin, da Folha de S. Paulo,  a “Revista Eletrônica” perdeu 42% do seu público em São Paulo em sete anos, enquanto o Domingo Espetacular dobrou sua audiência. Ou seja, o Fantástico caiu de 36 pontos em 2004 para os 21 atuais. Essa marca representa a menor audiência registrada pelo programa desde a estreia do Domingo Espetacular, há sete anos. Talvez a interatividade com o telespectador do Domingo Espetacular seja o seu grande diferencial.

Falando em interatividade, A MITI Inteligência divulgou um estudo em que avalia o gerenciamento de crises nas mídias sociais. A consultoria brasileira acompanhou o caso Arezzo, no último mês, quando a empresa de bolsas e acessórios foi criticada por lançar uma coleção com peles de raposas, ovelhas e coelhos. Além deste caso, a MITI também avaliou o caso Brastemp e Renault. Vale ressaltar que, com a crise, a Arezzo atingiu uma repercussão três vezes maior que a soma de interações de quatro concorrentes: mais de 1.900 citações. Delas, mais da metade (51%) falava sobre a polêmica coleção Pelemania. Isso comprova que investir em Mídias Sociais e em seu monitoramento é crucial para qualquer empresa, independentemente do ramo e tamanho.

E as mídias sociais parecem mesmo ser uma realidade. Mais do que isso, uma enorme possibilidade de trabalho para profissionais de Comunicação. O Brasil já possui dezenas de agências e centenas de profissionais especialistas nesta nova realidade da Comunicação. Vi em um site uma definição bem atual sobre o Twitter: “é como um hospício: todo mundo fala sozinho e de vez em quando alguém responde”. Entretanto, é importante saber diferenciar pessoas populares (com muitos seguidores) e influentes (aquelas realmente ouvidas) no Twitter. Popularidade é quando simplesmente gostam de você. Influência é quando as pessoas escutam o que você diz. Em resumo, a popularidade pode ser passageira. Já a influência é sempre duradoura. Esta definição pode ser decisiva em estratégias para mídias sociais. 

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