segunda-feira, 26 de julho de 2010

Mas afinal, o que faz um publicitário?

Enquanto algumas profissões seculares ou mesmo milenares como Medicina, Direito e Engenharia nos são muito conhecidas, e reconhecidas, há também um número crescente de atuações profissionais mais recentes e nem por isso menos importantes. Todavia, existe uma grande dificuldade de compreender estas profissões, sua função, seu campo de trabalho, seu cotidiano. Neste sentido incluo áreas como Moda, Publicidade, Design, Marketing, novas tecnologias, dentre outras. Somente a explicação e distinção entre algumas destas atuações já daria muito “pano pra manga” e por isso vou me concentrar em falar sobre a publicidade que é a minha praia e anda cheia de turistas desinformados.

Para embasar um pouco as coisas começo circulando pela Administração. Toda empresa, governo, partido político ou associação em prol de uma causa tem (ou deveria ter) um sistema de administração. Uma espécie de plano de vôo que prevê como as coisas devem funcionar em termos organizacionais, financeiros, comerciais, e assim por em diante. Dentro deste roteiro está o marketing que, a “grosso modo”, é o responsável por analisar e propor as relações da empresa, produto, serviço ou ideologia com o mercado de uma maneira geral, buscando satisfazer as demandas e desejos do público-alvo, para que todo este movimento dê resultados positivos (financeira e institucionalmente) garantindo a sustentabilidade da "aeronave".

Para fazer com que este objetivo seja alcançado, o Marketing dispõe de várias ferramentas e é aqui que entra a Publicidade como um dos meios para informar, divulgar, persuadir, atrair clientes e criar uma determinada imagem. Portanto, a atividade do publicitário está muito ligada à estratégia, planejamento e inovação. É importante dizer que aquela imagem de que o publicitário é aquele cara criativo que precisa saber desenhar e entender dos softwares gráficos é um pouco limitada. Claro que a publicidade exige constantemente uma habilidade de inovação e criatividade, de forma antenada com as novas tecnologias. Isso é inevitável, mas não é só isso. O estigma do publicitário estressado, criativo e arrogante, que trabalha em mega agências e ganha rios de dinheiro precisa ser desmistificado.

Portanto, de uma maneira breve e bem didática vou tentar traçar alguns panoramas de possibilidades de atuação do profisisonal de publicidade.

- Agência: de um jeito cada vez menos cristalizado, o publicitário ainda atua nas agências, atendendo diversos clientes, ou diversas contas, como se costuma dizer. Dentro das agências o profissional pode trabalhar em diversas funções como atendimento ao cliente, planejamento estratégico, produção gráfica, criação, redação, direção de arte, mídia, promoção e até administração. Uma agência é um excelente espaço para conhecer muitas faces deste profissional. Entretanto, a antiga estrutura de agência de publicidade, que contava com muitos profissionais e uma ampla folha de pagamento, está cada vez mais rara. As empresas e clientes estão exigindo cada vez custos mais acessiveis e dedicação dos profissionais. Assim, tornam-se comuns outras atuações.

- Departamentos de marketing e comunicação: cada vez mais os empresários apostam em house organs que são verdadeiras agências de publicidade dentro da própria estrutura organizacional. Assim, os pubicitários ficam responsáveis (como colaboradores ou terceirizados) por cuidar da gestão de marca e promoção de produtos/serviços daquela marca exclusivamente.

- Veículos: As emissoras de rádio e TV, assim como os jornais impressos e na internet precisam do publicitário em sua estrutura. O profissional pode atuar na área comercial, no desenvolvimento de estratégias mercadológicas, na criação de peças publicitárias, elaboração e desenvolvimento de programas televisivos e de rádio, ou mesmo no atendimento à agências e setores de comunicação de empresas.

- Fornecedores: Na cadeia de funcionamento da comunicação, contamos com várias empresas fornecedoras e prestadoras de serviço. São elas gráficas, fotolitos, copiadoras, produtoras de vídeo, desenvolvedoras de sites, promotoras de evento, agências de modelo, estúdios de fotografia etc. Em todos estes parceiros a necessidade do publicitário é constante, pois trata-se de um profissional que entende do assunto e possui olhar crítico e habilidades para atuar de maneira estratégica, garantindo a qualidade e inovação.

- Internet e novas tecnologias: Com o surgimento da Internet e seu crescimento no Brasil, este se tornou um filão muito grande para os publicitários. Esses profissionais trabalham desenvolvendo ações virtuais, jogos, promoções pela web e inúmeras atividades que atualmente são utilizadas pelas empresas para promover seus produtos/serviços. É uma área muito promissora e que abarca publicitários antenados nas novas tecnologias e na convergência da comunicação. Neste sentido é preciso ter habilidades técnicas, estratégicas e criativas para lidar com a internet, os celulares, laptops e demais aparelhos de comunicação e tecnologia.

- Entretenimento e eventos: Um outro campo carente de publicitários é o setor de eventos e entretenimento. Aqui incluo shows, festivais, rodeios, festas e eventos esportivos, dentre outros. Neste caso, o publicitário atua na idealização do evento, na captação de parceiros e patrocinadores, na organização e contratação das atrações e na divulgação do mesmo. É um trabalho muito ativo e de muita produção. É pros publicitários com perfil dinâmico, persuasivo e comercial.
 
- Promoção e Ponto-de-Venda: Como atualmente existe uma maciça presença de propagandas na mídia, as empresas precisam atingir seu público de maneira cada vez mais inusitada e íntima. Sendo assim, vem crescendo o mercado de promoção das marcas por meio de ações específicas envolvendo o público no ponto-de-venda (PDV) e também nos mais diversos ambientes. Surgem então, especialmente nos grandes centros, empresas especializadas em ações para aproximar e envolver o público e a marca. Exemplos são as ações de distribuição de brindes e brincadeiras nas casas noturnas, patrocinadas pelas marcas, as promoções quem que as pessoas participam de alguma atividade e concorrem a prêmios e viagens, Intervenções de arte, culinária e teatro no PDV etc. O publicitário neste caso vai idealizar a ação, desenvolvê-la e acompanhar sua produção e execução.

- Política: A cada dois anos temos eleições no Brasil e portanto é preciso cuidar da imagem dos partidos, dos candidatos, assim como fazer sua campanha antes das eleições. Tá ai mais um campo muito amplo e que ainda precisa de profissionais qualificados para estarem à frente das campanhas. Aqui o publicitário, juntamente com uma equipe, vai discutir a postura do candidato, suas promessas, seu plano de governo, sua campanha e sua imagem. É um trabalho estimulante, competitivo e de grande relevância para a sociedade.

- Projetos culturais e sociais: Por iniciativa própria ou por meio de empresas, o publicitário pode trabalhar com projetos que valorizem a música, a arte e a cultura, assim como causas sociais. Existem subsídios dados pelo governo à estas iniciativas e o profissional tem, neste caso, a responsabilidade de idealizar o projeto cultural ou social e buscar apoio do governo e da iniciativa privada. Outra atuação seria dentro das próprias empresas desenvolvendo projetos culturais e sociais associados com a marca. É uma possibilidade recente, ainda pouco explorada e muito carente de empreendedorismo, criatividade e estratégia comercial. Pode se aplicar também à projetos ambientais. É um mercado potencial crescente e que tende a ser cada vez mais valorizado.

Bom, afinal, o que faz um publicitário? Muita coisa como vocês puderam ler e, certamente, ainda há algumas atuações que podem não ter sido contempladas aqui. Portanto, se você é publicitário, quer ser, ou conhece alguém que tenha interesse ou atue na área é melhor começar a enxergar esta profissão com mais respeito, reconhecendo sua amplitude e relevância para o funcionamento de toda a sociedade, seja do ponto de vista empresarial, econômico, social, político ou ideológico. Trata-se de uma profissão moderna, recente, mas extremamente dinâmica, estratégica e importante dentro do nosso contexto contemporâneo. Da próxima vez que surgir a pergunta: "o que faz um publicitário?", creio que você já poderá dar a sua contribuição e ajudar a esclarecer à sociedade esta pergunta que não quer calar.

                                                                                                                                             * Mivla Rios
                                                                                                                                               Publicitária
                                                                           Professora do curso de Publicidade e Propaganda
Faculdade Pitágoras / Divinópolis

domingo, 25 de julho de 2010

Faculdade Pitágoras inicia novo processo de gestão


Instituição apresenta novo diretor e, entre os objetivos principais, estão o aperfeiçoamento acadêmico e a aproximação com professores, alunos e a comunidade


A Faculdade Pitágoras, Instituição de Ensino Superior com maior número de alunos em Divinópolis, apresentou, na última semana, o novo diretor geral. Trata-se de Leandro Dizotti, executivo com grande experiência em Administração de grandes empresas e que, recentemente, foi responsável pela abertura e grande crescimento da Faculdade Pitágoras - unidade Votorantim/Sorocaba. Dizotti, de 38 anos, chega a Divinópolis com objetivos ambiciosos: fazer da Faculdade Pitágoras, hoje uma grande referência no Ensino Superior e de Pós-Graduação da região, com mais de 2700 alunos, também uma extensão da comunidade.

O perfil do nosso novo diretor da Faculdade Pitágoras é extremamente progressista. Com vasta experiência administrativa, Dizotti entende que educação se faz com qualidade do corpo docente, aliada à estrutura e tecnologia para que os alunos tenham acesso às principais ferramentas em suas áreas de trabalho. “Chego a Divinópolis com o objetivo de resgatar algumas premissas que sempre fizeram parte da história da Faculdade Pitágoras em Divinópolis, com mais de 45 anos de história. Temos o melhor, mais completo e estruturado campus da região. A estrutura é uma das melhores do Estado. Nosso corpo docente é de primeira linha. Nosso trabalho, neste momento, é resgatar a identidade da unidade com os alunos e com toda a comunidade da região Centro-oeste, focando as melhores práticas e elevando a importância dos relacionamentos interno e externo”, explica o diretor.

Além dos cursos de graduação, a Faculdade Pitágoras oferece um grande leque de cursos de Pós-Graduação, outro ponto que merece destaque da nova direção. “Além da graduação, que é o nosso carro-chefe com mais de 2700 alunos, daremos um grande enfoque nos cursos de Pós-Graduação a partir de agosto. Temos uma excelente infra-estrutura e um corpo docente de respeito, muitos deles mestres e doutores da UFMG. Nosso objetivo é contribuir cada vez mais com a formação continuada dos profissionais da nossa região, e a pós-graduação é uma ferramenta extremamente importante neste processo”, argumenta o novo diretor. Para o segundo semestre, vários cursos terão turmas iniciantes, entre eles os MBA – Gestão da Comunicação Integrada, Gestão Comercial, Liderança e Gestão de Pessoas e Marketing Estratégico, além de cursos voltados ao Direito e a diversas áreas da Saúde.

Quarto maior grupo educacional do País

A rede mineira Kroton Educacional, proprietária da rede de ensino Pitágoras (ensinos Básico e Superior) adquiriu, em fevereiro deste ano, a rede de ensino Iuni. O negócio resultou numa empresa com 43 campi e quase 100 mil alunos no ensino superior, além de uma rede de ensino na Educação Básica com 650 escolas associadas e 230 mil alunos. A solidez do grupo ao qual pertence à Faculdade Pitágoras de Divinópolis permite à unidade, após um período de transição, traçar ambiciosos objetivos acadêmicos para os próximos semestres. “Passamos por uma fase de ajustes que é natural em qualquer grande empresa. Muito se especulou interna e externamente, mas hoje fazemos parte do 4º maior grupo educacional do País. É importante ressaltar esta força que temos em todo o País. Entretanto, nosso foco de gestão não será no macro, e sim no micro, ou seja, fortalecer as alianças locais e inserir a nossa unidade em ações de desenvolvimento da nossa região”, enfatiza o novo diretor.

Dizotti traça objetivos quantitativos e qualitativos, e tem a consciência de que um depende do outro. “Iniciamos uma gestão extremamente focada em resultados qualitativos. Nossas premissas prevêem melhorias na estrutura acadêmica, oferecendo condições para o desenvolvimento do trabalho docente; aprimoramento tecnológico, oferecendo condições para que professores e alunos acessem as melhores práticas; e, acima de tudo, a gestão de relacionamentos, um pouco conturbada em função de alguns fatores externos mas que, agora, ficarão apenas no passado”, finaliza o diretor.

Atualmente, a Faculdade Pitágoras/Divinópolis oferece diversos cursos de graduação nas áreas da Comunicação Social (Jornalismo e Publicidade e Propaganda), Direito, Administração, Ciências Contábeis, Enfermagem, Farmácia, Sistemas de Informação; além das Engenharias Civil, Elétrica, Ambiental, Mecânica, de Produção e de Controle e Automação. Além da graduação, a unidade oferece ainda cursos tecnólogos (a partir de dois anos) em Gestão Comercial, Recursos Humanos e Rede de Computadores. O processo de vestibular agendado, e qualquer um dos cursos da unidade, pode ser feito pelo telefone (37) 2101–4818/4877.


Unificação dos cursos no Campus Verde

Com a melhor infra-estrutura do Centro-oeste mineiro, a Faculdade Pitágoras – Campus Verde irá concentrar, a partir de 3 de agosto, todos os cursos de graduação da unidade Divinópolis, proporcionando todos os benefícios que a convivência universitária pode proporcionar aos alunos. Esta decisão atende a uma reivindicação dos alunos dos cursos de Administração, Ciências Contábeis e dos cursos Tecnológicos que, até então, estavam alocados no Campus Centro. Segundo o diretor da Faculdade Pitágoras, Leandro Dizotti, este momento representa uma enorme oportunidade a professores e alunos. “Estudar em uma estrutura como a do Campus Verde permitirá, aos mais de 2800 alunos, usufruir de uma educação mais completa, presente e participativa. Este é o momento de integração, de união e de aproveitar esta oportunidade de mudança. É um novo cenário que se forma para proporcionar uma convivência maior entre os alunos”, explica.

De acordo com o diretor, o Campus Verde possui toda a infra-estrutura para atender a todas as demandas da Faculdade, além de oferecer mais possibilidades aos alunos de todos os cursos. “Alunos e professores terão uma prestação de serviço muito mais eficiente, em um complexo que abrange desde a prestação de serviços internos aos alunos como secretaria, bem como o melhor acervo bibliotecário, conforto e segurança com estacionamentos, maior disponibilidade de laboratórios, dentre outros até a amplitude do saber acadêmico”, afirmou.

Além dos cursos de graduação, a Faculdade concentra, em um bloco específico do Campus Verde, uma das melhores estruturas da região para os diversos cursos de Pós-Graduação. Segundo Dizotti, a intenção e fortalecer ainda mais esta estrutura. “Temos um compromisso com a comunidade de toda a região Centro-oeste: o de oferecer qualidade no Ensino Superior. Pensando desta maneira, além da reconhecida estrutura de excelência dos nossos cursos de Pós-Graduação, que conta com salas multimídia e ar-condicionado, vamos proporcionar mais condições para que os professores de referência, com as melhores titulações e experiências, façam parte de nosso quadro docente”, concluiu. 

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O profissional de RH e as técnicas de Comunicação

É interessante e desafiador verificar como os papéis atribuídos ao profissional de Recursos Humanos (RH) ganharam dimensões cada vez mais estratégicas nos últimos anos. Estar cada vez mais informado e interagido com as técnicas e tendências da Comunicação e fundamental. Lidar com pessoas é uma arte e a natureza dos recursos humanos é extremamente mutável. E não há como negar que este profissional se tornou uma engrenagem fundamental para o bom funcionamento de vários setores de uma organização, exercendo ele diversos papéis.

Um dos papéis fundamentais de quem lida com pessoas em uma organização é saber lidar com ferramentas de Comunicação Interna! Mesmo assim, ao alocar esta nova e importante função e desempenhar novos papéis, o profissional de RH não deixa de executar e elaborar planejamentos que antes já os fazia. Este é um grande erro apontado por estudiosos que insistem em mudar as atribuições do gestor de RH na era moderna, ao invés de agregar novos desafios. Novas funções se juntam às tradicionais, fazendo com que a busca pelo aperfeiçoamento constante se torne uma premissa fundamental ao profissional que deseja seguir carreira.

Nesta visão, os profissionais de RH precisam aprender a ser, ao mesmo tempo, estratégicos e operacionais. A Comunicação Interna é uma das principais ferramentas nesta nova visão de trabalho. Esta afirmação, aparentemente lógica, conquista um sentido desafiador em função de um termo de ligação que, em princípio, passa desapercebido: “ao mesmo tempo”. Essa atribuição concomitante de foco de atuação faz com que o profissional de RH procure, a todo instante, aplicar conhecimentos e experiências práticas e de planejamento em todas as suas ações. E de forma integrada e coesa, através de ferramentas proporcionadas pelo conhecimento em técnicas de comunicação.

As empresas estão investindo, cada vez mais, em profissionais que, independentemente da titulação, agreguem conhecimentos de Comunicação em suas atividades. Seja na gestão de processos, administrativa, financeira, marketing e, principalmente, no RH, saber conduzir situações diversas sob a ótica da Comunicação é tarefa das mais difíceis. Ainda mais que são características pouco palpáveis que, mesmo citadas em currículos profissionais, só se consegue aferir em entrevistas e dinâmicas de grupo. Entretanto, estas características são extremamente valorizadas pelo mercado, seja através de remunerações mais interessantes ou com possibilidades de ascensão profissional mais clara e direta.

Neste cenário desafiador, temos dois extremos que se atraem no mercado: o gestor de empresas, que busca profissionais de RH que saibam trabalhar com pessoas e que tenham, dentro de seu currículo, habilidades para lidar com as inúmeras ferramentas de Comunicação para gerenciar crises e momentos de euforia; e os profissionais de Administração, Psicologia, Jornalismo e Publicidade que, na busca por melhores oportunidades na área de Recursos Humanos, se colocam em disputa por cargos que, em muitas das vezes, não possuem qualificação para tal, justamente por estarem alienados no quesito “técnicas de comunicação”. Uma falha na preparação profissional que pode ser corrigida com um bom curso acadêmico ou uma especialização na área!


                                                                                                     * Francisco Resende Costa Neto
Cordenador dos cursos de Jornalismo e
Publicidade e Propaganda
Faculdade Pitagoras - Divinopolis

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Até quando viveremos na era do “shownalismo”?

Na noite do último domingo (18/07), fui surpreendido com um vídeo exibido no Fantástico, feito durante o vôo que trouxe o goleiro Bruno do Rio de Janeiro para Minas Gerais, sem o conhecimento do jogador. Já na tarde desta segunda-feira (19/07) não me causou surpresa alguma saber que as delegadas que estavam à frente do inquérito policial foram afastadas do caso, justamente por deixar que “vazassem” imagens gravadas de forma clandestina, em rede nacional.

Desde o dia que o ex-jogador do Flamengo chegou a terras mineiras, um verdadeiro circo foi armado pela imprensa, com as delegadas fazendo questão de colocar a cara na telinha, escoltando o suspeito diante das câmeras, querendo ser mais real que o rei. Isso me incomodou como cidadão, pagador de impostos e não como jornalista, já que fui criado muito próximo a delegados e policiais, que em outros tempos se preocupavam em fazer o seu trabalho nos bastidores. Já como jornalista eu sei muito bem que “é isso que vende”, para ir mais direto ao assunto.

Esse episódio fez ressurgir um assunto que venho debatendo com alunos e colegas de profissão: a de que jornalista não é “007”. Para apimentar mais ainda o debate, me remeto a Eugênio Bucci, que no seu livro “Sobre Ética e Imprensa” ele ressalta que “não pode haver jornalismo de qualidade quando se atropelam os padrões éticos. Jornalista não é detetive, não é relações-públicas, não é cabo eleitoral, não é cortesão: jornalista é pago para oferecer ao cidadão informações com credibilidade”.

Mas aí alguns nobres leitores podem argumentar: “Mas o disfarce e as câmeras escondidas são umas das únicas formas de conseguir informações em casos polêmicos, como esse”. Será mesmo? O debate é amplo, mas eu me justifico contrariamente citando apenas o VIII parágrafo do artigo sexto do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, que diz que é dever do jornalista “respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem do cidadão”. E pelo que constam, todos esses princípios foram jogados por terra, ou melhor, na lama.

Não bastasse esse episódio específico, me chama bastante a atenção a forma com que a mídia tem se comportado nesse tipo de situação, se antepondo a justiça, passando por cima até mesmo da Constituição Brasileira, que estabelece que "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória", também chamada no meio jurídico como princípio da presunção de inocência. Ou alguém que leia esse artigo ainda tem dúvida que mesmo que por um acaso do destino, o jogador seja inocentado pela justiça, a vida dele já escorreu pelo ralo há muito tempo?

Na busca pelo “furo jornalístico” está valendo tudo, desde se fazer passar por quem não é, até passar por cima de toda a ética e valores morais que foram juramentados por aqueles que passaram por um banco de faculdade, ou no mínimo, tiveram uma criação familiar descente. O jornalista goiano Luiz Carlos Bordoni foi brilhante no seu raciocínio em artigo escrito em 2002, abordando justamente esse assunto. “Falam em jornalismo investigativo, mas não o fazem dentro dos prescritos éticos, de buscar as fontes oficiais, documentos, provas irrefutáveis, onde os envolvidos têm todo o direito de saber com quem estão falando e de dizer se querem ou não ser filmados ou fotografados”.

Mas até que alguém acorde para o poço sem fundo que cobertura jornalística desse tipo está se encaminhando, só nos resta sentar e aguardar as cenas do próximo capítulo.

* Leonardo Marcos Rodrigues
Professor dos cursos de Jornalismo e
Publicidade e Propaganda da Faculdade Pitágoras/Divinópolis

segunda-feira, 19 de julho de 2010

PROCURA-SE JORNALISTAS E PUBLICITÁRIOS!

O mercado da região Centro-oeste realmente carece de jornalistas e publicitários especialistas em algumas áreas. E não é um “achismo” baseado em mera percepção de mercado. Esta constatação é baseada nas visitas que a Faculdade Pitágoras realizou na última semana, junto aos órgãos de Comunicação e a várias empresas parceiras da Instituição. Fica cada dia mais evidente que o mercado está aquecido, sobretudo com a imersão das mídias online e as redes sociais virtuais, mas faltam profissionais qualificados para trabalhar este mercado em expansão. Quando esta realidade é levada às empresas então, aí o caos se instala. A comunicação ainda é entendida como um gancho do marketing, misturada com a publicidade e um pouco do RH. Cada um faz um pouquinho! Muitas das vezes, por não possuir um projeto definido e um profissional que o execute com eficiência, implementando estratégias e mensurando resultados.

É interessante perceber que as possibilidades são muitas e as empresas já perceberam o potencial de ganhos que uma política de comunicação eficiente pode lhe proporcionar. Percebendo esta expansão, algumas organizações já trabalham de forma mais eficiente seus portais, adotando estratégias que buscam atrair e manter seus clientes proporcionando comodidade, segurança e... informação! Ah, palavrinha simples, mas que ainda soa como um mistério para os gestores! O maior índice de reclamação contra as grandes empresas nos órgãos de defesa do consumidor dizem respeito à falta de clareza na prestação de informações básicas, que geram ruídos na comunicação. Ruídos que, muitas vezes, geram enormes prejuízos.

Se tem um mercado, atualmente, que não tem crise é o da Comunicação. Aliás, quanto mais ferramentas são disponibilizadas aos cidadãos, maior é a necessidade de profissionais capacitados e preparados para operacionalizar toda esta gama de informações. Desde um simples anúncio no jornal; passando pela comunicação interna e a criação e manutenção de um website eficiente; e chegando até a um monitoramento profissional de redes sociais como Orkut, Yutube. Facebook e Twitter, percebe-se, a cada dia, uma carência no mercado de profissionais que saibam transformar este mundo de idéias e possibilidades em projetos focados em resultados palpáveis e mensuráveis. Lançar um perfil no Twitter, simplesmente, pouco representa para uma organização, se ele não estiver integrado a outras ações. As empresas absorvem rapidamente (e com excelentes remunerações) profissionais que tenham a habilidade de transformar idéias em ações efetivas e contínuas. Isso porque a gestão eficiente da comunicação, integrada a outras ações de vendas, de RH e de marketing, melhora o ambiente interno, os relacionamentos e, obviamente, impulsionam os lucros!

Divinópolis e toda a região Centro-oeste possui uma série de Arranjos Produtivos Locais (APLs) que são referências nacionais em suas áreas. Do pólo calçadista de Nova Serrana ao mercado internacional de fogos abastecido por Santo Antônio do Monte, passando pela siderurgia de Itaúna e Cláudio, o mercado moveleiro de Carmo do Cajuru e a avicultura de Pará de Minas (entre outros), fechando com a confecção de Divinópolis, torna-se indispensável a inserção de estratégias de comunicação que, aproveitando as diversas ferramentas disponíveis e as novas que surgem a todo o momento, turbinar e solidificar essas APLs nos mercados nacional e internacional. Para isto, torna-se crucial a presença e a atuação de profissionais qualificados e que dominem as técnicas de comunicação, para que sejam aproveitadas todas essas oportunidades.

Por isso, insisto cada vez mais em duas frentes: buscar o preparo técnico em um curso de Jornalismo ou Publicidade é requisito básico. Correr atrás de cursos que tenham este foco, oferecendo estrutura e possibilidade de aprimoramento em novas ferramentas da Comunicação. Tão importante quanto isso é buscar qualificação especializada, através de cursos de pós-graduação, MBA, Mestrado e cursos de extensão focados a essas novas estratégias. Quanto mais preparado e focado é o profissional, maiores são as chances de formulação de bons projetos e, conseqüentemente, bons empregos na área. A demanda por profissionais é grande!

                                                                                                   * Francisco Resende Costa Neto 

sábado, 17 de julho de 2010

FACULDADE PITÁGORAS SOB NOVA DIREÇÃO E NOVO DIRECIONAMENTO

Instituição apresenta novo diretor e, entre os objetivos principais, estão o aperfeiçoamento acadêmico e a aproximação com professores, alunos e a comunidade

A Faculdade Pitágoras, Instituição de Ensino Superior com maior número de alunos em Divinópolis, apresentou, na última semana, o novo diretor geral. Trata-se de Leandro Dizotti, executivo com grande experiência em Administração de grandes empresas e que, recentemente, foi responsável pela abertura e grande crescimento da Faculdade Pitágoras - unidade Votorantim/Sorocaba. Dizotti, de 38 anos, chega a Divinópolis com objetivos ambiciosos: fazer da Faculdade Pitágoras, hoje uma grande referência no Ensino Superior e de Pós-Graduação da região, com mais de 2700 alunos, também uma extensão da comunidade.

O perfil do nosso novo diretor da Faculdade Pitágoras é extremamente progressista. Com vasta experiência administrativa, Dizotti entende que educação se faz com qualidade do corpo docente, aliada à estrutura e tecnologia para que os alunos tenham acesso às principais ferramentas em suas áreas de trabalho. “Chego a Divinópolis com o objetivo de resgatar algumas premissas que sempre fizeram parte da história da Faculdade Pitágoras em Divinópolis, com mais de 45 anos de história. Temos o melhor, mais completo e estruturado campus da região. A estrutura é uma das melhores do Estado. Nosso corpo docente é de primeira linha. Nosso trabalho, neste momento, é resgatar a identidade da unidade com os alunos e com toda a comunidade da região Centro-oeste, focando as melhores práticas e elevando a importância dos relacionamentos interno e externo”, explica o diretor.

Além dos cursos de graduação, a Faculdade Pitágoras oferece um grande leque de cursos de Pós-Graduação, outro ponto que merece destaque da nova direção. “Além da graduação, que é o nosso carro-chefe com mais de 2700 alunos, daremos um grande enfoque nos cursos de Pós-Graduação a partir de agosto. Temos uma excelente infra-estrutura e um corpo docente de respeito, muitos deles mestres e doutores da UFMG. Nosso objetivo é contribuir cada vez mais com a formação continuada dos profissionais da nossa região, e a pós-graduação é uma ferramenta extremamente importante neste processo”, argumenta o novo diretor. Para o segundo semestre, vários cursos terão turmas iniciantes, entre eles os MBA – Gestão da Comunicação Integrada, Gestão Comercial, Liderança e Gestão de Pessoas e Marketing Estratégico, além de cursos voltados ao Direito e a diversas áreas da Saúde.

Quarto maior grupo educacional do País

A rede mineira Kroton Educacional, proprietária da rede de ensino Pitágoras (ensinos Básico e Superior) adquiriu, em fevereiro deste ano, a rede de ensino Iuni. O negócio resultou numa empresa com 43 campi e quase 100 mil alunos no ensino superior, além de uma rede de ensino na Educação Básica com 650 escolas associadas e 230 mil alunos. A solidez do grupo ao qual pertence à Faculdade Pitágoras de Divinópolis permite à unidade, após um período de transição, traçar ambiciosos objetivos acadêmicos para os próximos semestres. “Passamos por uma fase de ajustes que é natural em qualquer grande empresa. Muito se especulou interna e externamente, mas hoje fazemos parte do 4º maior grupo educacional do País. É importante ressaltar esta força que temos em todo o País. Entretanto, nosso foco de gestão não será no macro, e sim no micro, ou seja, fortalecer as alianças locais e inserir a nossa unidade em ações de desenvolvimento da nossa região”, enfatiza o novo diretor.

Dizotti traça objetivos quantitativos e qualitativos, e tem a consciência de que um depende do outro. “Iniciamos uma gestão extremamente focada em resultados qualitativos. Nossas premissas prevêem melhorias na estrutura acadêmica, oferecendo condições para o desenvolvimento do trabalho docente; aprimoramento tecnológico, oferecendo condições para que professores e alunos acessem as melhores práticas; e, acima de tudo, a gestão de relacionamentos, um pouco conturbada em função de alguns fatores externos mas que, agora, ficarão apenas no passado”, finaliza o diretor.

Atualmente, a Faculdade Pitágoras/Divinópolis oferece diversos cursos de graduação nas áreas da Comunicação Social (Jornalismo e Publicidade e Propaganda), Direito, Administração, Ciências Contábeis, Enfermagem, Farmácia, Sistemas de Informação; além das Engenharias Civil, Elétrica, Ambiental, Mecânica, de Produção e de Controle e Automação. Além da graduação, a unidade oferece ainda cursos tecnólogos (a partir de dois anos) em Gestão Comercial, Recursos Humanos e Rede de Computadores. Inscrições para o vestibular agendado  podem ser feitas através dos telefones 2101 4851 / 2101 4877.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Idec classifica banda larga brasileira como "cara, lenta e restrita"

FONTE: AGÊNCIA ESTADO

O brasileiro paga caro pela internet e não recebe as informações corretas sobre o serviço que é oferecido. Essa é a conclusão de uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), que comparou o preço e a qualidade da banda larga em seis capitais brasileiras. “A internet no Brasil é cara, lenta e restrita”, ressaltou Estela Guerrini, advogada do Idec, responsável pela pesquisa. Na visão do instituto, a concorrência “quase inexistente” é a principal vilã para os preços da banda larga no mercado brasileiro.

Para ter internet rápida em casa, o brasileiro paga em média US$ 28 por mês, valor que chega a 4,58% da renda per capita no país, segundo o Idec. Nos EUA, o valor é de apenas 0,5% da renda per capita dos americanos e, na França, é de 1,02%. Além disso, apesar de pagar caro, o consumidor brasileiro não recebe um bom serviço. Segundo levantamento recente realizado pela empresa americana Akamai, a velocidade de tráfego da internet brasileira é uma das mais lentas do mundo.Velocidade mínima estabelecida pela UIT para banda larga deve ficar entre 1,5 Mbps e 2 Mbps

A pesquisa mostra que a velocidade média é de pouco mais de um megabit por segundo (Mbps), 93% menor que a velocidade média da Coreia do Sul, líder do ranking. Além disso, 20% das conexões no Brasil têm velocidade inferior a 256 quilobits por segundo (Kbps), o que passa ao largo da velocidade mínima estabelecida pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), entre 1,5 Mbps e 2 Mbps.

O Idec aponta ainda diversas deficiências de qualidade na prestação do serviço aos clientes. A principal queixa do órgão de defesa do consumidor é em relação à variação da velocidade, pois a maioria das empresas só se compromete a entregar um percentual mínimo de conexão. Segundo o Idec, o site e o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da Ajato, por exemplo, nada falam sobre o problema. E o contrato prevê que a operadora não se responsabiliza pelas diferenças de velocidade em decorrência de fatores externos.

Na Net, o site e o SAC nada falam sobre variação de velocidade. Mas o contrato prevê que a velocidade máxima ofertada em cada uma das faixas é de até 10% da indicada. No caso da Telefonica, o site não fala sobre variação de velocidade e o SAC informa que a velocidade pode variar. O contrato, por outro lado, prevê que as velocidades estão sujeitas a variações.

O site da GVT não informa sobre variação de velocidade. O SAC informa que há pouca variação de velocidade e o contrato prevê que algumas velocidades máximas são garantidas apenas para o acesso à rede da GVT. A Oi, segundo o Idec, também não dá informações sobre variação de velocidade no site da empresa. Seu SAC informa que a velocidade é sempre a mesma, em qualquer horário, e o contrato, por outro lado, prevê que as faixas de velocidade não são garantidas.

Outro lado

Procurada, a GVT informou que sua proposta de valor é oferecer “o melhor custo-benefício do mercado”. A Telefônica informou que “tem compromisso com a garantia da qualidade na oferta e prestação do serviço de banda larga, seja com a marca Speedy, seja com a marca Ajato”. A Oi informou que “os custos incorridos na prestação do Oi Velox (...) são diferenciados por localidade”. Já a Net disse que “garante em contrato o mínimo de 10% da velocidade contratada, e não apenas 10%”.

* Postado por Francisco Resende Costa Neto

terça-feira, 13 de julho de 2010

Comunicação? É tudo pra ontem !!!

A frase do título é uma das mais ouvidas pelos profissionais que trabalham com Comunicação Social – seja com jornalismo, publicidade ou relações públicas. Por sermos prestadores de serviço, muitas vezes aceitamos ordens como essa e o resultado, como não poderia deixar de ser, é muitas vezes insatisfatório. Isto porque parte dos gestores ainda não percebeu que a Comunicação, assim como qualquer outra estratégia ou ferramenta empresarial, precisa de tempo para cada uma de suas fases: planejamento, criação, redação etc.

O que se percebe atualmente no mercado são algumas situações cujos entendimentos são necessários para uma análise desta “pressão” em que nós, comunicólogos, vivemos atualmente. Uma delas diz respeito a valorização (ou a falta dela) da Comunicação no ambiente empresarial. Ao mesmo tempo em que encontramos na literatura de marketing relatos de grandes sucessos em organizações que elevaram a comunicação a um patamar de respeito dentro do organograma empresarial, vemos algumas realidades um pouco diferentes, principalmente no mercado do interior.

É simples perceber a diferença. Quem aí não se recorda de alguma ação ou, mais especificamente, de algum comercial de TV que ficou na memória? Posso citar aqui vários exemplos, como o fantástico jingle do Guaraná Antarctica na década de 90 (“Pipoca na panela, começa a esquentar...”), o comercial da Parmalat na mesma década (“O Elefante é fã de Parmalat...”), até o recente comercial do Novo Uno (ou os vários comerciais do mesmo produto). E qual a semelhança entre todos eles? São duas: a primeira, é que os comerciais foram responsáveis por um grande sucesso de vendas. A segunda, e a mais importante do ponto de vista desta análise, é o planejamento: todos estes comerciais chegaram ao sucesso após passar por um grande e minucioso processo de planejamento. Ou alguém ainda acredita que comunicólogos trabalham simplesmente quando têm idéias brilhantes de uma hora para a outra?

Em contrapartida, vemos algumas situações locais que caminham exatamente no oposto disso. Empresários e gestores que acreditam que uma marca de sucesso se constrói de um dia para o outro, sem investimento e, muitas vezes, contando apenas com o trabalho de um sobrinho do cunhado do primo que sabe “mexer no computador” (sic). Ora, se a coisa fosse fácil assim, não haveria a necessidade de profissionais, estudos, graduações, escolas e outras instituições que pregam acertadamente, o tempo todo, a necessidade do trabalho embasado.

Mas como infelizmente as coisas nem sempre caminham como devem, e a necessidade (?!) faz pseudocomunicólogos toparam qualquer serviço a qualquer preço, o que se vê são gestores incrédulos no poder da Comunicação. Isto porque, ao contratarem estes pseudoprofissionais, os empresários/gestores são convencidos de que um investimento insignificante, aliado a um trabalho sem planejamento, vai levá-los (e as suas empresas) a um sucesso nunca antes experimentado. E aí eu pergunto: o que acontece? Fracasso – pelo menos em 99% dos casos.

Certa vez eu escutei de um grande profissional que o que é caro não é caro à toa. E a explicação dele foi simples e direta: o que é bom tem preço. E realmente funciona assim mesmo. Mas o triste nesta história é que, apesar de grande parte dos gestores saberem disso, continuam achando que somente o que é produto (ou bem) de qualidade deve ser valorizado – serviço não. E tem alguma lógica nessa linha de raciocínio? Se tiver, alguém faça o favor de me explicar.

Aí acontece do sujeito bem sucedido andar de carro do ano, morar em uma mansão, só usar roupas e sapatos de grife, mas ficar “chorando” preço quando lhe é apresentada uma proposta de um trabalho de Comunicação (um trabalho de verdade, com todas as etapas que deve ter, inclusive o tão “desprezado” Planejamento). A desculpa? Aquela de sempre, a do sobrinho do cunhado do primo que sabe mexer em computador...

Será por acaso que os vinhos e whiskys ficam mais caros à medida que ficam mais velhos? Ou será que o tempo de fermentação e envelhecimento nos barris influi no sabor final? Será que um trabalho planejado, com maiores chances de dar certo do que um sem planejamento, não deve ser valorizado também? A resposta é simples, não? Não na prática de mercado, infelizmente.

O que me deixa de certo modo esperançoso nisso tudo é que, apesar de ainda serem poucos, alguns gestores já perceberam a importância de se fazer um trabalho de Comunicação em todas as suas fases – e hoje comemoram os resultados. Tenho percebido que a mentalidade empresarial vem mudando aos poucos no que diz respeito à importância da Comunicação. A área vem ganhando espaço e, principalmente, vem subindo os degraus nos organogramas empresariais, ficando cada vez mais ligada às decisões estratégicas – onde realmente deve estar.

Mas também seria incoerente de minha parte querer que toda uma cultura de “sobrinho do cunhado do primo” caísse de um dia para o outro. Assim como o sucesso de uma marca depende de tempo e muito trabalho, mudar uma cultura empresarial atrasada também demanda bastante esforço. Enquanto isso não se torna uma realidade absoluta (desculpe pelo trocadilho), restam duas alternativas: ou os profissionais começam a trabalhar da forma correta, dando o devido valor ao seu serviço e, com isso, levando os gestores também a fazê-lo, ou continuamos na cultura do “é pra ontem”. Resta dúvida de qual a melhor alternativa?


* Ricardo Nogueira
Jornalista, Mestre em Educação, Cultura e Organizações Sociais.
Professor da Faculdade Pitágoras nos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Seminário "Rumo à Copa" abre possibilidades para profissionais de Comunicação

A Prefeitura de Divinópolis convida todos os profissionais interessados em preparar as cidades do Centro-oeste mineiro para a Copa de 2014 a participarem do seminário “Soluções para Cidades: Rumo à Copa de 2014”. O evento terá o apoio da secretaria municipal de Desenvolvimento Econômico Sustentável – SEMDE e será realizado pela Regional Minas da Associação Brasileira de Cimentos Portland (ABCP) e o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Centro Oeste de Minas (SINDUSCON/CO), nos dias 13 e 14 de julho, no auditório da Faculdade Pitágoras, que fica na rua Santos Dumont, 1001, bairro do Carmo. As vagas são limitadas e podem ser feitas pelos telefones 3221 4340 ou 3221 3948.
 
O seminário “Soluções para Cidades: Rumo à Copa de 2014” marcará o início de uma série de ações da SEMDE visando a preparação de Divinópolis para Copa do Mundo 2014. O ciclo de palestras, debates e workshops visa a preparação e capacitação técnica para prefeitos, secretários, construtoras, projetistas, fornecedores, engenheiros, arquitetos, técnicos e demais profissionais ligados à infra-estrutura municipal. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Macy Luiz de Paula, todas as entidades que irão participar das palestras já estão definidas e serão nominalmente convidadas, ficando em aberto apenas alguns nomes de profissionais que irão ministrar as atividades. “Será um evento que, com certeza, marcará a nossa cidade e representará o início dos trabalhos da SEMDE e de toda a classe empresarial da cidade, visando os legados que a Copa do Mundo de 2014 deixarão para aqueles municípios que estiverem devidamente preparados”, afirmou.
 
De acordo com o prefeito Vladimir Azevedo, a proximidade com Belo Horizonte e as características econômicas e estruturais de Divinópolis colocam o Município em vantagem neste processo. “Divinópolis pode ser extremamente beneficiada pela Copa do Mundo de 2014. O seminário vai trazer a Divinópolis profissionais de referência com o objetivo de mostrar ao público o potencial e os gargalos que a cidade possui, propondo soluções e apresentando experiências exitosas em outros municípios”, afirmou.

Segundo o presidente do SINDUSCON/CO, Sérgio Ricardo Barnabé, o seminário “Soluções para Cidades: Rumo à Copa de 2014” será uma excelente oportunidade para que profissionais de vários segmentos possam interagir e entender o potencial que Divinópolis pode agregar com a Copa de 2014. “Vivemos um momento ímpar na construção civil e a Copa do Mundo será de extrema importância para nossos projetos. Tenho certeza de que os profissionais da área, como arquitetos, engenheiros e construtores terão uma excelente oportunidade de planejarem suas ações pensando em infraestrutura para o evento. O seminário tem tudo para representar o ponto de partida neste processo”, declarou.


Estrutura do seminário

Participarão do seminário profissionais de renome e que já estão trabalhando em projetos estruturadores visando a Copa do Mundo de 2014. A palestra de abertura será feita pelo gerente-adjunto do Comitê Executivo Copa 2014 do Governo do Estado de Minas Gerais, André Barrense, que abordará todo o projeto envolvendo as cidades mineiras em preparação para a Copa de 2014. No dia 14, as apresentações envolvem tr6es eixos importantes: infra-estrutura, capacitação e treinamento, além de mobilidade urbana. Entre os palestrantes e debatedores, profissionais conceituados como o secretário de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana – SEDRU/MG, Sebastião Navarro Vieira Filho; engenheiro da concessionária Nascentes das Gerais, Giovani Santos; arquiteto e urbanista de São Paulo, José Renato Melhen; engenheira Manuela do Amaral Marqueño – Gerente de implantação de Obras e Projetos da Secretaria Municipal de Obras Públicas de Curitiba-PR; entre outros.


Mais informações e inscrições pelo telefone 3221 4340 ou 3221 3948. As vagas são limitadas.


NOTA: Como gerente de projetos da Prefeitura de Divinópolis - SEMDE, não tenho dúvidas de que este evento marcará o início de uma série de oportunidades a serem criadas e exploradas por profissionais de todas as áreas, inclusive jornalistas e publicitários, que tiverem uma visão mais progressista e desenvolvimentista. Aqueles que tiverem uma visão mais ampla do que significa uma Copa do Mundo para o desenvolvimento de uma região como a nossa, naturalmente, sairão na frente e não perderão o "bonde da história".

                                                                                                     * Francisco Resende Costa Neto
                                         Coordenador dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda
Faculdade Pitágoras - Divinópolis

Com muito orgulho!

Alunos de Jornalismo e Publicidade da Faculdade Pitágoras de Divinopolis se destacam no mercado...

Como todo brasileiro que gosta de futebol já tenho também a minha escalação para 2014. Claro que muita coisa pode e deve acontecer, talvez nessas possibilidades uns não se sustentem e outros apareçam nesse decorrer, até lá muitas boas resenhas, cervejas e bate-papos vão rolar. Bem, mas não é sobre isso que quero compartilhar hoje. O início se deu pelo pequeno paralelo: escalação e apostas em profissionais. Profissionais da comunicação que se destacam antes mesmo de se formarem. E cá entre nós, sem nenhuma modéstia, com muito orgulho essas ferinhas são meus alunos. Vamos lá.

Quem passa hoje pelas ruas de Divinópolis, precisamente na Av. Divino Espírito Santo, na Av.Sete de Setembro, na Av. Getúlio Vargas anda se deparando com outdoors da Cabelo e Cia. Placas super bem escolhidas, fotografia impecável, texto enxuto como convém a esse tipo de mídia, nome do anunciante em destaque, modelo fotográfico adequadíssimo, produto bem vendido pela imagem, show de bola. Publicitários responsáveis pela campanha? Raquel, Jéssica e Marcela. Um trio de meninas que cursam o 5º Período de Comunicação da Faculdade Pitágoras. A Raquel é fotógrafa, a Marcela é modelo e Jéssica, a redatora. Com certeza, se continuarem a bater esse bolão serão escolhidas para qualquer seleção profissional.

Outro destaque é a turma da TV Pitágoras que ando acompanhando pela TV Candidés. Marcelo Duque (7º Período de Publicidade Faculdade Pitágoras) tem mostrado um trabalho como planejador de mídia competente, me permitindo apresentar projetos para anunciantes que antes não pensavam a TV Candidés em suas verbas publicitárias. As apresentadoras e repórteres estão se mostrando a que vieram (filmogênicas, boas perguntas, tomadas diferenciadas). Sem nenhuma hierarquia de qualidade, apenas para exemplificar mesmo, quero citar as entrevista da Julia (5º período Comunicação Faculdade Pitágoras), que também trabalha na TV Integração. Julia já tem estilo e com a lapidação da experiência e continuidade da formação tem lugar como titular.

No jornalismo especificamente impresso e de rádio, destaco o trabalho da Andreza (7º Jornalismo), da Duca (7º jornalismo, excelente aluna) e da Thamires. E para minha maior alegria já percebo os talentos e boas condições profissionais na garotada dos primeiros períodos. Mesmo sem trabalhos publicados, fiquem satisfeita com a quantidade de boas idéias nos trabalhos acadêmicos na disciplina Direção de Arte que acabei de ministrar. Bem, obviamente não pontuei aqui todas percepções, mas prometo que em outras oportunidades vou compartilhar essas descobertas, para mim, gratificantes. E para o mercado regional extremamente importante.

Em tempo: santo de casa não faz milagre. Faz comunicação.

Até o próximo.

* Silvana Maria de Sousa
Professora do curso de Publicidade e Propaganda
Faculdade Pit'agoras/Divinopolis

sexta-feira, 9 de julho de 2010

10 coisas que a mídia social não pode fazer pela sua marca

FONTE: Revista Proxxima
A revista Proxxima, pertencente ao grupo Meio  & Mensagem de  fevereiro deste ano, publicou um artigo de David Berkowitz (da Advertising Age), em que ele citava “10 coisas que a mídia social não pode fazer pela sua marca”. Bem interessante e didático, para aqueles que pretendem trabalhar com estas mídias em busca de resultandos, mas dentro de um planejamento estratégico de Marketing!

Segue a íntegra!

1.Ser substituto para estratégia de marketing
Uma campanha de Twitter ou uma página do Facebook que anuncie as ofertas da semana não é a mesma coisa que uma estratégia de marketing completa.

2.Ter sucesso se a alta direção não compra a idéia
A cultura do medo (de perder o controle da mensagem, de mudar) está embutida nas culturas corporativas. A mídia social exige uma forma de pensar completamente diferente, que inclua disposição para escutar clientes. Os funcionários – desde o presidente até a copeira – precisam aprender a estabelecer uma relação de confiança com os clientes, baseada, principalmente, no feedback. Para isso acontecer, é preciso que a alta direção queira mudar.

3. Ser vista como um projeto de curto prazo
A mídia social não é um negocio de uma jogada só. É um comprometimento de longo prazo com abertura, experimentação e mudanças que exigem tempo para dar frutos.

4. Produzir resultados significativos e mensuráveis rapidamente
Uma das reclamações sobre a mídia social é que ela não pode ser medida. Há, porém, muitas coisas que podem ser medidas, incluindo engajamento, sentimento e se o aumento de tráfego leva ao aumento de vendas. Resultados que nãopodem ser produzidos ou medidos a curto prazo. Como no caso de RP, o marketing feito por mídia social muitas vezesproduz seus melhores resultados no segundo e no terceiro ano.

5. Ser feita in-house, na grande maioria dos casos
Uma campanha de mídia social de sucesso integra a mídia social em muitos elementos de marketing, como propaganda, mídia digital e RP. Opinião e teoria não substituem a experiência, e os melhores publicitários de mídia social hoje tem mais de dez anos de experiência incorporando interatividade, blogs, fóruns e conteúdo gerado por usuários.

6. Fornecer soluções instantâneas para os resultados financeiros da empresa e para problemas de reputação
A mídia social pode até trazer resultados rápidos, só que para uma empresa que já é estrela. Companhias, como Zappos ou Google, têm fãs que prestam atenção quando elas falam. Porém, várias organizações parecem achar que uma campanha de mídia social pode encontrar uma solução rápida para vendas em queda ou problemas de reputação. Desculpem, mas... não é assim.

7. Ser feita sem um orçamento realista
Criar um site que incorpore interatividade, permita conteúdo gerado por usuários e, quem sabe, também inclua comércio eletrônico não é algo que vem de graça para qualquer pessoa que saiba o que está fazendo. Mesmo usando software grátis, como WordPress para fazer as vezes de site interativo eficaz, incorporando comércio eletrônico e craindo páginas de estilo que se integrem à marca da empresa, exige mais do que tempo. É preciso habilidade, experiência e dinheiro.

8. Garantir faturamento ou influência
A menos que seus esforços possam passar pelo texto do “e daí?” – e muitas empresas simplesmente não conseguem esse feito - , a mídia social não resultara em nada. É preciso saber como atrair atenção para seu conteúdo.

9. Ser feita pela “garotada” que conhece de forma intuitiva
Você pode escalar o monte Kilimanjaro sem um guia Sherpa, mas qual a vantagem? A experiência e a perspectiva podem facilitar a viagem ou até salvar sua vida. Aquelas empresas que tentam criar uma mídia social sem consultores experientes gastam tempo, dinheiro e reputação.

10. Substituir RP
Não importa o quão fantástico seja seu website, seu concurso de vídeo, blog, estratégia no Twitter, etc. Você sempre precisara de publicidade ou poderá acabar como uma árvore que cai na floresta e ninguém ouve.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

CQC - Exemplo de jornalismo independente e de qualidade

Está cada dia mais difícil a convivência entre pessoas públicas e alguns órgãos de imprensa. Dunga deu o exemplo durante e depois da Copa e parece que esta convivência conturbada vem se tornando cada vez mais comum. E com maior intensidade quando se trata do trabalho sério - lapidado com um belo tempero de humor político - feito pelos repórteres do CQC, programa semanal da TV Bandeirantes. Não satisfeitos com os crimes pelos quais são acusados pela polícia e pelo Ministério Público, pessoas que deveriam zelar pela segurança da população partem para agressão verbal e física, como se fosse uma de suas atribuições quando eleitos pelo povo. Um vexame!

O primeiro a gerar uma cena patética e deselegante foi o deputado federal Nelson Trad (PMDB-MS), que agrediu, de forma violenta, uma equipe do programa dentro do Congresso Nacional. As imagens foram exibidas no CQC do dia (14/06) e deixa claro o descontrole e a sensação de grande poder nas mãos de um simples deputado, que depois de 4 anos perde a tão debatida e injusta imunidade parlamentar. Um cinegrafista da emissora ficou com a roupa rasgada e teve parte do equipamento danificado que, provavelmente, será ressarcido pelo Congresso (leia-se, dinheiro da população). Pelas imagens, a repórter Monica Iozzi também chegou a ser empurrada. A equipe fazia uma brincadeira, pedindo para que os deputados assinassem um "abaixo-assinado" pedindo a inclusão de um litro de cachaça na lista do Bolsa Família. Como é de praxe do Congresso, vários deles assinaram o documento sem ler e, quando informado do conteúdo, o referido deputado partiu para a agressão.

Na última semana, Danilo Gentili foi novamente agredido em São Bernardo do Campo, quando abordava o perigo de desabamento de um muro em cima de uma escola. Na ocasião, o repórter levou um soco no rosto. Passados quinze dias desta afronta, o mesmo Danilo Gentili, acompanhado do produtor Yuri Cruz Costa foi agredido, na última quinta-feira (01/07), enquanto apurava uma denúncia na cidade de Analândia, interior de São Paulo. Segundo o portal Comunique-se, a agressão aconteceu quando Gentili e seu produtor tentavam entrar na prefeitura. O repórter levou um soco na barriga e o produtor teve a mão prensada na porta do órgão público. O agressor teria sido José Roberto Perin, ex-prefeito da cidade e atual chefe do gabinete do executivo, e Luiz Fernando Carvalho, vereador e cunhado de Perin. Sem contar que, em julho do ano passado, o mesmo Danilo Gentili fora covardemente agredido por seguranças do senador José Sarney, dentro do Senado Nacional, simplesmente porque tentava entrevistá-lo.

Interessante perceber como este tipo de abordagem feita pelo CQC tem incomodando as autoridades políticas. Acostumados a terem a imprensa do seu lado em virtude de negociatas sem transparência, a maioria desses agentes políticos se coloca em uma situação constrangedora quando algum profissional do jornalismo exerce, de fato, sua profissão. Quando alguém faz uma pergunta que não estava acordada no script passado pela sua assessoria ou quando questionados sobre temas de interesse público (inclusive, de seus eleitores, responsáveis diretos pelo cargo que ocupam), as reações costumam ser de rebeldia e covardia. A cada dia que passa, torno-me um fã incondicional do CQC e aplaudo, de pé, cada edição do programa, que completou, recentemente, a marca de 100 exibições. Que eu esteja vivo para parabenizá-los pelo milésimo programa, uma marca que será histórica para o jornalismo brasileiro. Quem sabe a Band organiza o torneio de Luta Livre para comemorar?

* Francisco Resende Costa Neto
Coordenador dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda
Faculdade Pitágoras / Divinópolis

terça-feira, 6 de julho de 2010

A Copa do Mundo e o espetáculo da publicidade

A Copa do Mundo de futebol é, sem dúvida, uma das maiores vitrines mundiais para exposição de marcas, produtos e serviços. Por todo o planeta, milhões de pessoas acompanham este grande evento que leva o entretenimento, por meio do esporte, a todos os povos, independente de raça, idade ou classe social. Obviamente, a publicidade e as estratégias de marketing não poderiam deixar escapar tamanha oportunidade para evidenciar seus clientes, transformando entretenimento, confraternização entre as raças e futebol em vendas ou mesmo em valor institucional.

No Brasil, assistimos ao case da Skol que fabricou latinhas de cerveja equipadas com um pequeno dispositivo que era acionado com a abertura do produto. Lá de dentro, como em um passe de mágica, vinha uma voz, torcendo pela seleção brasileira. A coisa fez tanto sucesso que as tais latinhas “falantes” estão sendo vendidas por aí por cerca de dois mil reais. Foi uma estratégia que certamente aumentou as vendas da cerveja, por causa da busca pela lata “premiada”, e, ao mesmo tempo, associou a marca Skol a valores como inovação, tecnologia e arrojo.

Outro recurso já bastante utilizado em época de copa é a exploração da imagem dos jogadores como garotos-propaganda, utilizando e recomendando produtos. Foi assim com a Honda e o Ronaldinho Gaúcho (quem nem convocado foi), a Samsung e o Robinho e até uma rede de supermercados de Divinópolis que associou sua marca ao meio-campo Gilberto Silva. Claro que este tipo de estratégia estamos mais acostumados a ver na mídia, porém, neste mundial ficou mais evidente a associação entre publicidade, humor , entretenimento e celebridades.

Ocorrem também alguns casos curiosos, como o ocorrido com o Extra Hipermercado. A agência que atende à empresa enviou à Folha de São Paulo dois anúncios. Um para ser veiculado caso o Brasil ganhasse as oitavas de final sobre o Chile, e outro para o caso da seleção perder o jogo. Por um erro operacional, a Folha soltou o anúncio de derrota, ao invés do correto que parabenizava o time pela vitória. Este acontecimento ganhou grande visibilidade na mídia, especialmente nas redes sociais e blogs, chegando a ser comentado pelo diretor geral do Extra por meio de seu Twitter. De qualquer forma, chego a arriscar que o tiro saiu pela culatra. O ‘buxixo’ criado em cima do equívoco foi tão grande e gerou tanta mídia espontânea que o anúncio do Extra foi milhares de vezes mais acessado do que se tivesse saído da maneira correta, apenas na Folha, parabenizando a seleção. Virou case e será relembrado inúmeras vezes nas mesas de buteco e salas de aula dos cursos de Comunicação e Marketing. Além disso, na semana seguinte o Brasil foi desclassificado do mundial e muitos chegaram a brincar que a Folha faz mesmo juz ao seu slogan: “É o jornal do futuro”.

Ou seja, praticamente todas as empresas, cada uma à sua maneira, tentam tirar proveito do espetáculo mundial do futebol. De pequeninas lojinhas de presentes, passando por casas noturnas, até os maiores varejistas do país, não há quem deixe de pegar carona na empolgação do brasileiro com o esporte que é a paixão nacional. Claro que em 2010 a copa durou menos que o esperado pelos brasileiros, mas aí, como o próximo mundial é aqui mesmo, não temos tempo a perder, precisamos preparar o país, os hotéis, os transportes emuito mais para receber uma gigantesca avalanche de gringos daqui a 4 anos, consumindo em euro e dólar nas terras tupiniquins. Portanto, empresários, profissionais de marketing, publicitários e jornalistas, já tá na hora de planejar as estratégias que vão marcar 2014.